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    Lula sobre morte de criança no RJ: “Polícia não pode atirar a esmo, sem saber para onde atira”

    Lula já havia criticado a atuação da PM do Rio na quinta-feira, quando comentou a morte do adolescente Thiago Flausino, de 13 anos

    Flávio Ismerimda CNN , São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou, durante a Conversa com o Presidente desta segunda-feira (14), a criticar a atuação da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Dessa vez, o tema do comentário do petista foi a morte de uma menina de 5 anos durante uma ação na Ilha do Governador, na capital fluminense, no sábado (12).

    Lula cobrou mais inteligência na atuação dos policiais e criticou o que taxou como “comportamento de violência” dos policiais.

    “Nós não somos contra a polícia, nós queremos policiais bem preparados, bem instruídos, com bastante inteligência. O que não pode é sair atirando a esmo, sem saber para onde atira. Essa bala perdida é um pouco isso: eu atirei em alguém e matei outra pessoa. Que brincadeira é essa?”, perguntou o chefe do Executivo.

    “Que bala perdida é essa? Essa bala foi atirada para aquele lado para atingir alguém e pegou uma criança de 5 anos de idade. Onde a gente vai parar com esse tipo de comportamento de violência?”

    Entenda o caso

    Uma menina de 5 anos morreu no sábado ao ser atingida por uma bala perdida na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, durante uma operação da Polícia Militar. Além da criança, um jovem de 17 anos também morreu.

    Após a morte da criança, moradores protestaram e queimaram dois ônibus no bairro. Os bombeiros foram acionados.

    Em nota, a PM disse que foi informada “sobre uma criança baleada no interior da comunidade do Dendê e que foi socorrida por familiares. Segundo informações colhidas por testemunhas, a vítima teria sido atingida no interior de sua residência. Ressaltamos que não havia operação policial no interior da comunidade”.

    A ONG Rio de Paz, por meio das redes sociais, afirmou que passou de cem o número de criança se adolescentes mortos por armas de fogo com o caso deste sábado.

    “Com o caso de Eloá, sobe para 101 casos de crianças e adolescentes mortos por armas de fogo, a maioria balas perdidas, de 0 a 14 anos, desde que começamos a contabilizar estes casos, em 2007”, escreveu a organização.

    Lula já havia criticado a atuação da polícia fluminense

    Na quinta-feira (10), Lula disse que a polícia precisa saber diferenciar bandido de pobre, ao comentar a morte de um menino de 13 anos na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, que é investigada pelo Ministério Público.

    Ao comentar a morte do adolescente Thiago Flausino, de 13 anos, durante uma ação da Polícia Militar (PM) na madrugada da última segunda-feira (7), Lula afirmou que ele foi “assassinado por um policial despreparado ou irresponsável”.

    “A gente não pode culpar a polícia, mas tem que dizer que um cidadão que atira em um menino que já estava caído é irresponsável e não estava preparado do ponto de vista psicológico para ser um policial”, disse Lula.

    De frente para Cláudio Castro, o presidente disse que o governo do Rio e o governo federal precisam criar condições da polícia ser eficaz e pronta para combater o crime. “Mas, ao mesmo tempo, a polícia tem que saber diferenciar o que é um bandido e o que é um pobre que anda na rua”, acrescentou.

    “Para isso, ela tem que estar bem informada. E eu não estou jogando a culpa em nenhum governador. O governo federal tem que assumir a responsabilidade de ajudar os governadores no combate à violência porque o crime organizado está tomando conta do país”, concluiu.

    VÍDEO: Conselho questiona morte de adolescente em ação da PM no RJ

    Com informações de Vinicius Bernardes e Léo Lopes

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