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    Lula se compara a empresários e diz que política pública é vista como gasto

    Governo anunciou, nesta quarta-feira (16), R$ 1 bilhão para compra de até 500 toneladas de arroz produzido por pequenos produtores

    Vitória Queirozcolaboração para a CNN , Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quarta-feira (16), a forma como a imprensa e o mercado repercutem as políticas públicas do governo. Segundo o chefe do Executivo, as políticas sociais são tratadas como gastos e não como investimentos.

    “Qual é o problema que nós enfrentamos? É o problema que repercute nas manchetes dos jornais, nos editoriais dos jornais, no chamado mercado. Toda vez que a gente está cuidando de política social, é tratado como gasto. É inacreditável”, disse.

    Lula afirmou que as mesmas políticas, quando realizadas no setor privado, são consideradas investimentos. As falas foram realizadas durante o lançamento do programa Arroz da Gente, na cerimônia em alusão ao Dia Mundial da Alimentação, no Palácio do Planalto.

    “Se um empresário está gastando dinheiro para fazer uma fossa séptica, não aparece na imprensa como gasto. O empresário vai fazer um discurso dizendo que está investindo nas condições de melhoria de qualidade de vida dos ‘meus’ trabalhadores”, disse.

    “Mas, no caso do governo, do estado e da prefeitura, é o seguinte: você vai colocar mais dinheiro na saúde, é gasto. Mais dinheiro na educação, é gasto. Mais dinheiro para cuidar dos pequenos e médios produtores rurais, é gasto”, completou.

    Fome

    O presidente também falou que a meta do governo é acabar com a fome no Brasil até o fim do mandato dele em 2026. De acordo com o chefe do Executivo, a insegurança alimentar é decorrente da irresponsabilidade de governantes dos países e Estados.

    “A gente pode dizer que existe seca, excesso de chuva, mas a verdade é que a única explicação para a fome é irresponsabilidade de quem governa os países e os estados. É preciso que o estado tenha capacidade de priorizar para quem ele quer governar. Eu tenho que fazer escolhas”, disse.

    O governo pretende ampliar a produção de arroz – pela agricultura familiar – por meio do programa Alimento no Prato. Uma portaria assinada pelo presidente Lula nesta quarta-feira (16) estabelece parâmetros para o lançamento de contratos para operacionalizar a formação de um estoque de até 500 mil toneladas do grão e um volume equivalente às perdas estimadas na safra de 2023/24.

    Serão investidos cerca de R$ 1 bilhão no Arroz da Gente para a aquisição do grão. Com a iniciativa, pequenos e médios produtores, que quiserem produzir o cereal, poderão assinar contratos de opção com o governo, que garantirá a compra da produção com preço já estabelecido.

    Outra medida prevista no plano Alimento no Prato é a ampliação de sacolões populares e Ceasas por todo o país. Nessa etapa inicial do programa, serão implantadas novas seis centrais de abastecimento na Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e São Paulo.

    Durante o evento, o presidente Lula também assinou o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. O programa tem como objetivo reunir ações de incentivos financeiros para fortalecer as cadeias produtivas de produtos orgânicos e agroecológicos.

    O Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica estabelece iniciativas voltadas para pesquisa e inovação, incentivo às compras públicas e inclusão de mulheres, jovens, indígenas e quilombolas na agricultura familiar.

    As iniciativas reúnem juntas 29 iniciativas e 92 ações estratégicas. Os novos planos vão se somar ao Plano Brasil Sem Fome, ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), às Cozinhas Solidárias e ao Programa Cisternas.

    O Dia Mundial da Alimentação é celebrado globalmente em 16 de outubro, data de fundação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945. A primeira comemoração da data foi em 1981.

    Mapa da Fome

    Um país entra no Mapa da Fome quando mais de 2,5% da respectiva população enfrenta falta crônica de alimentos. O indicador é calculado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

    O Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014, mas voltou a registrar, em 2019, mais de 2,5% da população em situação de insegurança alimentar. Em 2023, dados da FAO mostram que a insegurança alimentar severa caiu 85% no país. Isso significa que 14,7 milhões de brasileiros deixaram de passar fome.

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