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    Lula rebate críticas por não citar Venezuela na ONU: “Por que tenho que falar em todo lugar?”

    No México, o petista disse não ser obrigado a sempre mencionar o país; ele discursou na ONU na última terça-feira (26)

    Patrícia Nadirda CNN , Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu, nesta segunda-feira (30), críticas por deixar de fora de seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas a situação da Venezuela.

    Em entrevista a jornalistas no México, onde participará da posse da nova presidente, Claudia Sheinbaum, o presidente disse não ser obrigado a sempre citar a Venezuela.

    Por que eu tenho que falar da Venezuela em todo o lugar? Eu não falo nem da Janja (sua mulher) em todo lugar. Por que eu vou falar da Venezuela? Eu falo o que me interessa falar. O discurso que eu queria fazer era aquele. E foi muito bom discurso

    Luiz Inácio Lula da Silva

    Lula discursou na ONU, nos Estados Unidos, na última terça-feira (26). Na ocasião, não mencionou a crise na Venezuela, acirrada desde o impasse sobre as eleições presidenciais. Nicolás Maduro foi declarado vencedor pelo órgão eleitoral — alinhado a ele –, mas os resultados não foram comprovados.

    No discurso, Lula destacou principalmente uma reforma de organismos multilaterais. O petista também defendeu o diálogo entre Rússia e Ucrânia, saudou a comissão palestina e falou da necessidade de uma estratégia para a emergência climática no mundo.

    A ausência da Venezuela no discurso — tanto do presidente brasileiro como pelo colombiano Gustavo Petro, dois dos mais ativos na tentativa de mediação entre o governo e a oposição venezuelana — foi criticada pela organização Human Rights Watch.

    Segundo a diretora da Divisão das Américas da entidade, Juanita Goebertus, o silêncio é lamentável. “Não é momento para manter silêncio. O Brasil e a Colômbia podem e devem fazer muito mais para impulsionar uma transição para a democracia e fazer a vontade popular valer”.

    Brasil não reconhece vitória

    O governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória de Maduro na votação do dia 28 de julho e diz esperar a publicação das atas que detalham os resultados das urnas. O que não foi feito até hoje, dois meses depois.

    Recentemente, Lula subiu o tom contra Maduro e disse que ele teria que “arcar com as consequências do gesto dele”.

    “Eu não aceito nem a vitória dele nem a da oposição. Eu acho que tem um negócio, a oposição fala que ganhou, ele fala que ganhou, mas você não tem prova. Então, nós estamos exigindo a prova”, disse Lula a uma rádio da Paraíba.

    Entenda por que o governo quer retomar o horário de verão

     

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