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    Lula “não mudou nada” da linha econômica de Bolsonaro, diz Ciro Gomes à CNN

    Ex-presidenciável ressaltou que desistiu da vida pública e que não será mais candidato a cargos eletivos; íntegra no CNN Entrevistas vai ao ar hoje, às 18h45

    Gustavo UribeThais Herédiada CNN , Brasília

    O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) comparou a gestão da política econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Ao CNN Entrevistas, Ciro disse que Lula “não mudou nada” em relação a Bolsonaro e que a linha econômica do governo segue a mesma.

    Não mudou nada. É chocante o que eu estou dizendo. Desde os dados graves da economia, superávit primário, meta de inflação, câmbio flutuante. Justo ou não, correto ou não, qual a diferença no manejo do modelo econômico que o Lula pratica e o Bolsonaro?

    Ciro Gomes

    Para Ciro, a elite do país entrou em uma polarização em esquerda e direita que, na prática, não representou mudanças efetivas na economia nacional.

    O ex-governador e ex-ministro afirmou ainda que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, tem sido desautorizado por Lula sobre a redução dos juros do crédito consignado.

    E ressaltou que desistiu da vida pública por causa da “prostração da sociedade civil brasileira”. Ele ressaltou que não pretende mais se candidatar a cargo nenhum.

    Eu não desisti, eu fui desistido. Eu estou lutando por outras obras. Só não quero submeter as minhas ideias a um processo eleitoral viciado. Eu não pretendo mais ser candidato a nada. Vamos ver se eu consigo

    Ciro Gomes

    Na entrevista, Ciro disse que, apesar da proximidade entre Lula e Bolsonaro na política econômica, o governo petista se diferencia por ter uma “civilidade no tratamento do valor da democracia”.

    “Você ter alguém do campo da democracia, sabe com quem você pode dialogar, sem ter o risco amanhã de levar um tiro. Só que isso é uma âncora que amarra a gente ao passado. O meu compromisso é com o futuro”, afirmou.

    Procuradas pela CNN, a assessoria de imprensa da Presidência da República não respondeu às críticas de Ciro e a de Jair Bolsonaro disse que não quer comentar.

    Questionado pela CNN, Ciro disse que estaria disposto a dialogar com Lula caso fosse chamado para uma conversa. No Palácio do Planalto, assessores do governo dizem que Lula não desistiu de retomar uma relação com Ciro.

    “Olha, você imagina se eu não estou disposto. Eu converso até com Satanás se o assunto for a obra de Deus”, afirmou.

    Por causa do apoio a Lula, Ciro deixou de falar com o irmão, o senador Cid Gomes (PSB-CE). Os dois não retomaram o diálogo desde as eleições de 2022.

    Na entrevista, Ciro disse ainda que Lula tem “falado bobagens”, como a comparação do ataque de Israel à Faixa de Gaza com a perseguição de judeus na Segunda Guerra Mundial.

    O Lula é aquilo que eu chamo de arrogância ignorante. É uma ignorância arrogante

    Ciro Gomes

    Quando questionado sobre qual conselho daria ao presidente, Ciro disse que ele tem de deixar de querer ser um “popstar estrangeiro”.

    “O Lula tem essa virtude. Ele é muito trabalhador. O Bolsonaro era um preguiçoso. Tem muita gente que também não sabe o tamanho da preguiça. Melhora a sua equipe. É uma equipe ‘indizível’. Gente deslumbrada”, afirmou.

    Precatórios

    Ciro também falou sobre a liberação de R$ 93 bilhões pelo governo Lula para pagar precatórios.

    “Eles [o governo] venderam os precatórios para bancos, para poucos bancos, dois bancos, que compraram esses precatórios com deságio de até 50%”. Para Ciro, “isso é uma falcatrua maior que a do mensalão e do petrolão juntos”.

    Procurado pela CNN sobre a acusação de Ciro sobre o pagamento dos precatórios, o governo não se manifestou.

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