Lula defende reoneração da folha para o Brasil crescer: “Esse país tem que mudar”
Governo federal publicou uma medida provisória propondo a reoneração gradual da folha e agora busca entendimento com o Poder Legislativo sobre a questão
Esse país tem de mudar, foi o que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao defender a reoneração da folha de pagamento, nesta quinta-feira (18), durante a cerimônia de retomada de investimento na Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, no Pernambuco.
“Esse país é muito grande, esse país não pode ficar subordinado a pequenez de umas pessoas que agora estão brigando para que a gente faça a desoneração da folha de salário. Vamos deixar de pagar imposto na folha de salário”, afirmou Lula.
O chefe do Executivo questionou se os empresários que propõem a desoneração estão avaliando sua contrapartida.
“Eles querem que a gente desonere a folha de pagamento, por que eles não garantem estabilidade para os trabalhadores durante todo o período? Por que não garantem? Por que não garantem uma parte que vão lucrar com a desoneração distribuir em forma de salário para os trabalhadores então? Só eles querem, só eles desejam”, expressou,
E esse país tem que mudar, precisa mudar. Se não a gente vai continuar mais uma vez no século 21 sendo o país que tinha mais chance de crescer e não cresceu. Que o povo teve chance de melhorar e não melhorou.
Luiz Inácio Lula da Silva
Em 29 de dezembro, o governo federal publicou uma medida provisória propondo a reoneração gradual da folha de pagamento para 17 setores da economia. A medida aconteceu após o Congresso Nacional derrubar o veto do presidente à desoneração até 2027.
A questão repercutiu mal entre congressistas.
Em reunião na última segunda-feira (15), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fecharam um entendimento sobre a questão.
De acordo com relatos feitos à CNN, o governo deve enviar uma nova MP para sustar os efeitos do texto anterior —o que, na prática, vai manter a decisão do Congresso de prorrogar até 2027 o benefício fiscal para 17 setores da economia e estendê-lo para municípios de até 142 mil habitantes.
À CNN, Haddad disse, no entanto, que o movimento não significa que o governo desistiu da reoneração. Segundo cálculos da Fazenda, o custo da desoneração neste ano é de R$ 16 bilhões neste ano, e o montante não consta do Orçamento de 2024.
Diante desse cenário, o governo deve enviar ao Legislativo um projeto de lei com um novo desenho para a volta gradual desses setores à tributação sobre a folha de salários. Um dos modelos que está em discussão na equipe econômica é aumentar o prazo de transição para a reoneração até 2029.