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    Lula alertou Maduro para não dar pretexto para os EUA enviarem tropas à região, dizem fontes

    Segundo os relatos, presidente brasileiro se mostrou incomodado com a situação e disse ao venezuelano que as atitudes podem incentivar que forças militares de fora da América do Sul venham para cá

    Raquel Landim

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao venezuelano Nicolás Maduro que suas atitudes na crise com a Guiana podem dar pretexto a potências estrangeiras como os Estados Unidos enviarem tropas à região. O alerta foi feito durante telefonema entre os dois no último sábado (9), apurou a CNN.

    A mesma mensagem já havia sido enviada pelo Brasil através do assessor especial de assuntos internacionais, Celso Amorim, quando esteve em Caracas, mas fez diferença o recado vir do próprio Lula, que não esconde mais o desconforto com o venezuelano.

    Conforme diplomatas, a ligação foi solicitada por Maduro e Lula atendeu, apesar do cansaço e da agenda puxada por privilegiar uma solução negociada.

    Na conversa, Lula frisou que está incomodado com a situação, que quer paz e integração e não conflitos, e que as atitudes da Venezuela podem incentivar que forças militares de fora da América do Sul venham para cá.

    As provocações venezuelanas levaram a Guiana a pedir ajuda aos norte-americanos, que mobilizaram o chamado Comando Sul, que está realizando operações conjuntas com o Exército local. Os americanos estão dispostos a proteger a Guiana e os interesses da americana Exxon Mobil, que explora petróleo no país.

    Depois da ligação com Lula, Maduro baixou o tom e aceitou sentar na mesa para negociar com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, nesta quinta-feira (14). O encontro acontecerá em São Vicente e Granadinas, que preside a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Lula também foi convidado, mas deve enviar Amorim.

    Em pronunciamentos recentes, Maduro fala em “paz e entendimento”, mas diz que a Guiana e a americana Exxon Mobil terão que negociar com a Venezuela. Segundo diplomatas, ele dá a entender que quer algum tipo de compensação.

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