Líderes de PSB e PSL debatem mudanças na Polícia Federal
Alessandro Molon (PSB-RJ) e Major Vitor Hugo (PSL-GO) debatem na CNN sobre troca da direção-geral a na superintendência do órgão no Rio de Janeiro
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (6), os deputados federais major Vitor Hugo (PSL-GO) e Alessandro Molon, (PSB-RJ), líderes de seus partidos na Câmara, divergiram sobre o significado da mudança do diretor-geral da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Na opinião do opositor Molon, não há dúvidas de que a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – que motivou a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública – foi um ato para poder interferir na organização.
“O presidente queria na superintendência do RJ, meu estado e dele também, alguém da sua confiança. Evidentemente, a preocupação dele está nos inquéritos [no estado] que podem chegar aos seus filhos e apontar envolvimentos em crimes”, disse o político do PSB, completando que a troca do diretor-geral foi o primeiro passo para essa mudança.
Ele afirmou, ainda, não haver dúvidas de que a postura de Bolsonaro configura crime de responsabilidade e tentativa de obstrução da Justiça.
Assista e leia também
Tácio Muzzi é escolhido como o novo superintendente da PF no Rio de Janeiro
Após depoimento de Moro, oposição questiona interesse de Bolsonaro pela PF do RJ
Já o deputado governista Vitor Hugo ressaltou que uma lei aprovada em 2014, na gestão de Dilma Rousseff, garante ao presidente a prerrogativa de nomear o diretor-geral da PF, além de outros cargos de confiança.
“A saída de Moro do governo teve grande impacto político, mas ele não apresentou prova alguma [das acusações de interferência. E é preciso lembrar que a estrutura da PF torna quase impossível que haja qualquer interferência”, disse Vitor Hugo.
Ele afirmou, também, que o presidente “nunca teve vontade” de colocar uma pessoa que não fosse capacitada na corporação.
Mudança no RJ
Sobre a ida de Carlos Henrique Oliveira, superintendente da PF no Rio de Janeiro para o cargo de diretor-executivo do órgão, Molon disse ser claro tratar-se de um caso de alguém que “caiu para cima”.
“Ele [Oliveira] não foi promovido. Colocaram ele num cargo maior para tentar esconder, digamos assim, que estava sendo tirado [do RJ] por não ser controlável”, afirmou o deputado.
Já o deputado do PSL disse ter certeza que, “no momento certo”, o presidente apresentará os motivos pelos quais desejava fazer essa alteração na PF.
“O presidente está no topo, para onde convergem todas informações do sistema brasileiro de inteligência. É preciso levar em consideração que ele tem informações de inteligência, e não de processos, e tem um cenário mais amplo que a média dos brasileiros.”