Líderes da CPI avaliam que depoimento de Witzel abriu nova linha de investigação
'Hoje descobrimos que a atuação contra medidas para conter a Covid-19 não tiveram participação apenas de parlamentares, mas de milícias', disse senador
O depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) para a CPI da Pandemia foi marcado por diversas acusações e até mesmo um pedido de audiência privada para a revelação de informações. Um dos pontos tocados por Witzel foi a influência das milícias em atos anti medidas restritivas contra a Covid-19 e os grupos que controlam as organizações sociais que comandam os hospitais federais do Rio de Janeiro.
Diante das revelações, os líderes da CPI avaliam que as falas de Witzel abriram novas linhas de investigação da CPI, que já prepara requerimentos para a quebra de sigilo de pessoas ligadas às cinco organizações sociais citadas pelo ex-governador, que devem ser votados nesta sexta-feira (18).
“Hoje abrimos um novo flanco de investigação da CPI”, disse o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Hoje descobrimos que a atuação contra medidas para conter a Covid-19 não tiveram participação apenas de parlamentares, mas de milícias. Descobrimos também que há atuação miliciana nos hospitais do Rio. Witzel passou a lista de 5 organizações sociais que segundo ele, são empresas com dono e que lucram as custas das mortes de fluminenses.”
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), corroborou com a tese de que as organizações sociais citadas por Witzel devem ser investigadas e disse que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), deveria agir após as falas de Witzel.
“O governador do Rio deve tomar providências após o depoimento de Witzel, se não estará prevaricando e compactuando com o que acontece nas organizações sociais que tomam conta dos hospitais do Rio.”
Carlos Wizard
Agendado para prestar depoimento nesta quinta-feira (17), o empresário Carlos Wizard alegou estar nos Estados Unidos sem passaporte acompanhando o tratamento médico de um familiar e que por conta disso não poderá comparecer ao Congresso.
Apesar de Wizard não estar no Brasil, a CPI mantém o empresário na agenda de quinta. Randolfe Rodrigues disse que caso ele não compareça, a comissão vai pedir a retenção do passaporte do empresário.
Já Omar Aziz disse que Wizard não está contribuindo com a CPI e que vai tomar “todas as medidas possíveis” para que ele compareça ao Congresso.
“Estamos aguardando ele amanha, caso não venha, vamos tomar as medidas anunciadas baseadas no artigo 218 do Código de Processo Penal. Ele não está contribuindo, está avisado ha mais de um mês da audiência,” disse Aziz.