Justiça Federal nega quebra de sigilo telefônico de aliados de Flávio Bolsonaro
MPF queria confirmar ou não se houve uma reunião na porta da PF, em outubro de 2018, com as pessoas mencionadas por Paulo Marinho
A Justiça Federal negou pedido do Ministério Público Federal para quebrar o sigilo telefônico de ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) investigados por supostamente terem participado do vazamento de uma operação da Polícia Federal.
A apuração foi aberta em maio após o empresário Paulo Marinho, suplente do senador, afirmar em entrevista que o filho do presidente Jair Bolsonaro foi avisado de que Operação Furna da Onça, deflagrada pela PF em 2018, atingiria seu então assessor Fabrício Queiroz.
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Ao pedir as quebras de sigilo telefônico e de dados dos ex-assessores de Flávio Bolsonaro, a ideia do MPF era confirmar ou não se houve uma reunião na porta da PF, em outubro de 2018, com as pessoas mencionadas por Paulo Marinho.
Segundo ele, participaram do encontro o chefe de gabinete de Flávio no Senado, Miguel Angelo Braga Grillo, o advogado Victor Granado Alves e Valdenice de Oliveira Meliga, tesoureira do PSL nas eleições de 2018.
Os investigadores queriam acesso aos dados de localização dos celulares para confirmar se, em algum momento, o trio esteve junto na porta da PF, na Zona Portuária do Rio. O pedido para a quebra foi feito em junho, mas a decisão foi dada apenas no dia 11 de agosto.
Ao negar o pedido, o juiz Elder Fernandes, da 10a Vara Federal Criminal, afirma que não há indícios de que a narrativa de Paulo Marinho seja verdadeira, e de que os assessores tenham cometidos os crimes de corrupção passiva, violação de segredo e violação de sigilo funcional.
No texto, o magistrado também alega que o procurador da República Eduardo Benones, responsável pela investigação, “formula os pedidos que bem entende, apresenta argumentos sobre apenas um recorte das provas e ainda quer que este Juízo julgue a seu tempo e modo, e de tabela se ver sob o jugo de ser acusado de abuso de autoridade”, diz trecho da decisão, obtida pela CNN.
Procurado, o procurador Eduardo Benones afirmou que ainda não foi notificado da decisão e que o caso tramita sob sigilo.