Justiça Federal mantém prisão preventiva do ex-governador Sergio Cabral
Mesmo solto, Cabral poderia exercer 'influência política', justificou desembargadora
A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região manteve a prisão preventiva do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A defesa do ex-governador pedia a revogação da prisão proferida pela primeira instância, em abril deste ano, no âmbito da Operação Eficiência 1, desdobramento da Lava-Jato no Rio.
O principal argumento utilizado pela defesa de Cabral era que o ex-governador teria contribuído com as investigações, e que, além disso, com o passaporte do réu detido, não haveria risco de fuga.
Entretanto, a relatora do processo, a desembargadora federal Simone Schreiber, rebateu o argumento, e disse que a soltura de Cabral pode pôr em risco a ordem pública, já que, mesmo afastado de mandatos e cargos, ainda pode exercer influência política.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Cabral foi acusado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, envolvendo dezenas de doleiros usados para ocultar, no exterior, mais de R$ 300 milhões (R$ 318.554.478,91) por meio de um processo de envio de recursos via operações “dólar-cabo”. Neste processo, Cabral foi condenado a mais de 15 anos de prisão pelo juiz federal Marcelo Bretas.
Além deste processo, Sérgio Cabral é mantido em prisão preventiva também pela operação Calicute, também da Justiça Federal do Rio de Janeiro, e por duas outras ações, sendo um da Justiça Federal do Paraná e outro do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.