Joias, cartão de vacinação, golpe: confira casos em que há acusações contra Mauro Cid
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro está preso desde 3 de maio; a quebra de seu sigilo telemático revelou indícios de mais de um esquema criminoso
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid está preso desde 3 de maio, em Brasília.
Ele foi detido no âmbito da Operação Venire, da Polícia Federal (PF), que investiga a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).
Cid faria parte de um esquema que teria alterado os certificados de vacinação dele, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e da família de ambos.
No entanto, desde que foi preso e teve a quebra de seu sigilo telemático decretada, o conteúdo do celular de Cid passou a levantar suspeitas de mais irregularidades e esquemas criminosos, que estão sendo investigados pela PF.
A CNN elencou todos os casos nos quais Mauro Cid está envolvido:
Venda de joias
O envolvimento em um esquema de venda de joias e presentes oficiais recebidos pela Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro é o caso no qual Cid está mais implicado.
Na sexta-feira passada (11), a investigação da Polícia Federal revelou que Cid teria transportado as joias para os Estados Unidos e que seu pai, Mauro Lourena Cid, também estaria envolvido no esquema e seria o responsável por vender as joias nos Estados Unidos e guardar o valor obtido com elas.
Os investigadores disseram ter identificado que essa conduta utilizada para retirar do país “pelo menos quatro conjuntos de bens recebidos pelo ex-presidente da República em viagens internacionais, na condição de chefe de Estado”. Para eles, os fatos apurados configuram, em tese, os crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Fraude em cartão de vacina
Cid é investigado por estar no centro do esquema criminoso de inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, que teria possibilitado a fraude dos cartões de vacinação dele, de Bolsonaro e de membros da família de ambos.
Trama golpista
A perícia no celular de Mauro Cid também revelou seu envolvimento em uma trama golpista com outros integrantes do Exército.
Cid trocou mensagens e áudios com o ex-major Ailton Barros, nos quais ambos discutiam a possibilidade de tramar um golpe de Estado no final de 2022 para impedir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de assumir a Presidência.
Reunião com embaixadores
O tenente-coronel também ajudou Bolsonaro a compor o discurso que o ex-presidente fez em uma reunião com embaixadores na qual ele atacou as urnas eletrônicas e colocou em dúvida a credibilidade do sistema eleitoral brasileiro.
Foi este caso que levou à inelegibilidade de Bolsonaro.
Fake news sobre vacinação
Mauro Cid já foi indiciado pela Polícia Federal por espalhar fake news sobre a vacinação contra Covid-19.
Foi ele o responsável por entregar a Jair Bolsonaro, durante uma transmissão ao vivo, o papel com supostos estudos que levaram o ex-presidente a relacionar a vacina contra Covid ao vírus HIV, que causa a Aids.
Veja mais: Mauro Cid é pressionado a recuar de confissão sobre venda de joias
*Publicado por Fernanda Pinotti, da CNN