Ivan Sartori e Kakay debatem se discurso de Nikolas sobre transexuais deve ser considerado crime
No último Dia Internacional das Mulheres, Nikolas vestiu uma peruca durante discurso na tribuna da Câmara dos Deputados e falou que se sentia uma mulher transsexual
Em painel promovido pela CNN nesta segunda-feira (13), o desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) Ivan Sartori, e o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o “Kakay”, debateram se o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) cometeu crime com discurso sobre transexuais no dia 8 de março.
No último Dia Internacional das Mulheres, Nikolas vestiu uma peruca durante discurso na tribuna da Câmara dos Deputados e falou que se sentia uma mulher transsexual e, por isso, teria “lugar de fala” na data.
Ele prosseguiu falando que as mulheres estariam “perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”. E que “eles estão querendo colocar uma imposição de uma realidade que não é a realidade”.
Para Ivan Sartori, a cassação de Nikolas vai “depender da tendência da Câmara” e pontua que não acha que o deputado deve responder a nenhum crime.
“Acho que o Nikolas não deve responder a nenhum crime. Ele não teve intenção de praticar o crime, quis trazer a tona uma discussão”.
O advogado Kakay, por outro lado, acredita que o dolo na atitude de Nikolas é evidente. “Ele agiu de forma premeditada, ele levou uma peruca amarela para chamar atenção da tribuna. Esse é um crime gravíssimo”, afirmou.
Sartori pontuou que Nikolas “é um parlamentar eleito com quase 1,5 milhão de pessoas, então o que ele fala representa essas pessoas” e completou “ele não tem de ser punido e está acobertado pela imunidade parlamentar”.
Kakay rebate e declara que “o fato de ele representar 1,5 milhão de pessoas só torna a situação mais grave, ele devia ter mais responsabilidade.”
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