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    Itamaraty diz que “lamenta” teor de reação da Casa Branca a Bolsonaro na Rússia

    Em nota, Ministério das Relações Exteriores afirmou que "extrapolações" sobre encontro de Bolsonaro com Putin não são "úteis"

    Gabrielle VarelaGiovanna Galvanida CNN

    em São Paulo

    O Ministério das Relações Exteriores, por meio de uma nota publicada neste sábado (19), disse lamentar o “teor da declaração da porta-voz da Casa Branca” à viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia.

    Bolsonaro se encontrou com o presidente Vladimir Putin na quarta-feira (16) e, na ocasião, disse que o Brasil era “solidário” ao país. Posteriormente, durante coletiva de imprensa, o presidente brasileiro não repetiu a frase e disse que o Brasil prega a paz e respeita “quem age desta maneira”.

    Em posicionamento, a Casa Branca afirmou que a declaração de Bolsonaro ocorreu em momento que “não poderia ter sido pior”, tendo em vista a tensão atual na fronteira da Rússia com a Ucrânia, nação apoiada pelos Estados Unidos e países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no atual embate geopolítico.

    O Itamaraty, no entanto, defendeu as posições do Brasil em relação às tensões como “claras, públicas” e “transmitidas em repetidas ocasiões às autoridades dos países amigos e manifestadas no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.

    “O Ministério das Relações Exteriores não considera construtivas, nem úteis, portanto, extrapolações semelhantes a respeito da fala do Presidente”, conclui a pasta.

    Na ocasião, em conversa com jornalistas após ter se encontrado com Putin, Bolsonaro afirmou que a viagem da comitiva brasileira à Rússia foi uma “missão comercial e de paz”. Do ponto de vista comercial, o presidente considerou que “o Brasil é dependente em grande parte de fertilizantes de outros países, e em especial aqui da Rússia”.

    Tensão

    Atualmente, o presidente Joe Biden, dos EUA, sustenta que a Rússia está prestes a invadir a Ucrânia – tese negada pela Rússia. Os EUA disseram que a movimentação das tropas nas fronteiras dá a entender que a Rússia “tomou uma decisão” acerca da possível invasão.

    Putin participou de exercícios militares nucleares planejados neste sábado (19), onde mísseis balísticos e de cruzeiro foram lançados, informou a agência estatal RIA.

    No domingo (20), Vladimir Putin deve ter outra conversa com o presidente francês Emmanuel Macron, que se colocou como um intermediário diplomático recorrente no assunto.

    Na Ucrânia, separatistas pró-Rússia do leste do país iniciaram a evacuação de civis das cidades de Luhansk e Donetsk, autodeclaradas repúblicas independentes, após episódios de violações do cessar-fogo na região.