Isenção de importação de alimentos tem resistência da bancada ruralista
Discussão foi iniciada em grupo de WhatsApp da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) logo após anúncio de que governo cogita a medida
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A proposta analisada pelo governo de reduzir para zero a tarifa de importação de alimentos enfrenta resistência da bancada ruralista no Congresso Nacional.
Após o anúncio do Ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), de que o governo estuda a retirada da tarifa, integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) iniciaram a discussão do assunto pelo WhatsApp.
No geral, o grupo de parlamentares vê que a medida pode impactar os pequenos produtores com a concorrência externa e pouco efeito nos supermercados de barateamento.
Entre os exemplos citados está o café. O Brasil conta com 330 mil cafeicultores, sendo 280 mil pequenos cafeicultores, 78% deles com menos de 20 hectares.
Os representantes do agronegócio no Congresso também avaliam que já há países europeus, por exemplo, que subsidiam os agricultores.
A isenção e os subsídios seriam concorrência “desleal”.
“Se as condições e custos de produção são semelhantes mundo afora, como pode um produto importado ser mais barato do que o nosso? É sinal que pagamos muitos impostos para produzir ou que os de fora tem subsídios”, afirmou o deputado Zé Vitor (PL-MG), integrante da bancada.
Os parlamentares também afirmam que têm uma bancada que poderia colaborar com as propostas mas que não foram procurados.
Outro argumento do governo refutado pelos congressistas é que o Brasil não tem oferta de alimentos suficientes.
“O descontrole na inflação é que prejudica as famílias, não o produtor rural, não o produtor de alimentos.Medidas sem debate e planejamento dificilmente alcançam os resultados esperados”, disse o deputado.