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    Investigação da CPI sobre hospitais federais do RJ perde espaço

    Proximidade de data prevista para entrega do relatório e desistência de ouvir Witzel impactam plano de apurar corrupção nas unidades de saúde fluminenses

    Leandro Resende

    A investigação da CPI da Pandemia no Senado sobre a gestão dos hospitais federais do Rio de Janeiro perdeu fôlego e acabou em segundo plano diante do avanço de outras apurações tocadas pela comissão e da recusa do ex-governador fluminense Wilson Witzel em prestar depoimento.

    Senadores ouvidos pela CNN consideram que, diante da intenção de que os trabalhos se encerrem em setembro e do fato de a agenda de depoimento estar voltada para ouvir pessoas envolvidas em casos como o da vacina indiana Covaxin, não há tempo hábil para avançar na apuração sobre os hospitais federais do Rio.

    No começo deste mês, a CNN revelou que Witzel se recusou a entrar no programa de proteção à testemunha nos termos oferecidos pelo governo do Rio. Essa era a condição colocada com ele para prestar depoimento secreto à CPI da Pandemia e dar detalhes sobre suspeitas de corrupção, atuação do crime organizado e influência política nos hospitais federais do Rio. Aos aliados, Witzel diz que ficaria “com um alvo nas costas” caso prestasse depoimento sem ter a garantia de escolta.

    “Pelo que analisamos dos contratos e dos sigilos que quebramos, temos indícios de esquemas de corrupção nos hospitais federais, mas precisaríamos de mais tempo para avançar. Tudo o que temos até aqui precisa de um desdobramento e da marcação de depoimentos”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), coordenador do grupo de trabalho criado pela Comissão para investigar as suspeitas no Rio de Janeiro. Segundo o petista, o depoimento do ex-governador do Rio é considerado “pouco provável”.

    Quando prestou depoimento à CPI, no dia 16 de junho, Witzel afirmou dispor de fatos “gravíssimos” sobre a gestão dos hospitais federais. Em reservado, de acordo com apuração da CNN, sugeriu vinculação do senador Flávio Bolsonaro (PATRIOTA-RJ) com a indicação de cargos nos hospitais. O filho do presidente Jair Bolsonaro o interpelou na Justiça do Rio para que o ex-governador explicasse as declarações.

    Para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), a CPI promete “fortes emoções” para as próximas semanas com as investigações de suspeitas de corrupção já em curso, fatos que fazem a apuração sobre irregularidades nos hospitais federais do Rio ficarem em segundo plano.

    “Esse assunto pode ter tudo, como pode não ter nada. Não dá para tratar desse assunto. Se vier algo poderoso, vamos ter que abrir outra CPI. A Comissão já tem elementos suficientes, está fechando a apuração sobre o caso Covaxin, tem a VTCLOG, a investigação do FIB Bank, entre outras”, enumerou a senadora que integra o grupo que investiga as suspeitas no Rio.