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    Internação compulsória: Nunes defende e Boulos admite “em casos limite”

    Tema ganhou projeção na semana passada após o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) defender a medida em redes sociais

    Pedro Venceslauda CNN

    São Paulo

    Rejeitada por partidos de esquerda e movimentos sociais, a proposta de internação compulsória de dependentes de drogas tem apoio em São Paulo do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e de seu adversário, o deputado federal Guilherme Boulos, mas é rejeitada pelo partido dele, o PSOL.

    O tema ganhou projeção na semana passada após o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD) defender a medida em redes sociais.

    Em nota enviada à CNN, a assessoria de Boulos disse que o parlamentar não descartou a internação compulsória e disse que a medida tem que ser avaliada “caso a caso” e partir de “avaliação médica, psicológica e assistência social”.

    “Não existe bala de prata na cracolândia. É preciso avaliar caso a caso. O usuário tem que ser tratado individualmente com avaliação médica, redução de danos e em casos limite internação compulsória” , disse Boulos

    Em conversas reservadas, porém, auxiliares do pré-candidato dizem que ele não tem como se opor a essa estratégia, que contaria com amplo apoio da população.

    Já o PSOL tem outra visão sobre o tema.

    “A internação compulsória é uma medida demagógica, autoritária e ineficiente. Governantes vêm prometendo soluções fáceis para o problema da dependência química e vêm fracassando de modo grosseiro”, disse à CNN o deputado federal Ivan Valente (SP), que integra a direção do PSOL.

    A declaração reflete o posicionamento histórico da legenda e de lideranças que atuam com moradores de rua, como o Padre Júlio Lancellotti.

    Procurado pela CNN, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) defendeu a medida. “A internação compulsória precisa ser discutida pela sociedade com honestidade para os casos necessários, até para salvar a vida daqueles que devido ao longo uso das drogas já não têm mais discernimento. Eu tenho abordado esse tema continuamente”, afirmou o chefe do executivo paulistano.

    Quando Paes publicou nas redes sociais uma mensagem defendendo a internação compulsória, Nunes responde na mesma postagem: “Estamos na mesma luta aqui. A internação contribui para o tratamento do dependente químico. Precisamos unir esforços para tirarmos as amarras e darmos um basta nisso”.

    O deputado federal Kim Kataguiri, pré-candidato do União Brasil, também é a favor da medida, segundo sua assessoria. A deputada federal Tabata Amaral, pré-candidata do PSB, foi procurada, mas não se manifestou até o momento.

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