Indígenas e policiais entram em confronto em frente à Câmara dos Deputados
Índios protestam contra a votação do Projeto de Lei 490/2007, que estava na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
Indígenas e policiais militares do Distrito Federal entraram em confronto na tarde desta terça-feira (22) entre os anexos 2, 3 e 4 da Câmara dos Deputados. De acordo com apuração da CNN, as entradas dos anexos 2 e 3 da Câmara dos Deputados foram fechadas por conta da fumaça do gás lacrimogêneo.
Os índios protestam contra a votação do Projeto de Lei 490/2007, que estava na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que institui medidas vistas pelas entidades indígenas como retrocessos. Após a confusão, a reunião foi cancelada.
Durante o confronto, um policial militar foi atingido por uma flechada no pé. Ele foi socorrido pelo serviço médico do Congresso e passa bem. A tropa de choque está no local para evitar novos embates. O trânsito na via S-2 está parcialmente bloqueado.
O protesto dos indígenas começou no início da tarde desta terça. Cerca de 500 indígenas, em sua maioria armados com flechas e tacapes, tentaram invadir o Anexo 2 da Câmara dos Deputados. De início, eles derrubaram os gradis da entrada do edifício e os arremessaram contra os policiais legislativos.
Logo depois, várias flechas foram disparadas contra os policiais, ainda na tentativa de invasão do anexo. Os policiais legislativos repeliram os indígenas com bombas de efeito moral, gás de pimenta e gás lacrimogêneo. Não houve disparo de tiros ou agressão física contra os manifestantes.
Um policial legislativo foi atingido na perna por uma flecha e um servidor da área administrativa da Polícia Legislativa foi flechado no tórax. Ambos foram transferidos para um hospital privado do Distrito Federal. O Anexo II da Câmara não foi ocupado.
Entre os manifestantes, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) afirmou que, até o momento, há o registro de um homem e uma mulher indígenas que foram hospitalizados. Cerca de dez pessoas passaram mal devido aos gases e balas de borracha e estão em atendimento da equipe de saúde do acampamento Levante pela Terra.