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    ICMBio adere à paralisação de fiscais do Ibama e engrossa movimento

    Servidores reivindicam a reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente, sem atualização há uma década

    Taísa Medeirosda CNN , Brasília

    Servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aderiram, nesta sexta-feira (05), à paralisação encabeçada por membros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), anunciada no último dia 1º.

    A parada nas atividades é uma estratégia para pressionar o governo por reajuste salarial e a reestruturação na carreira de especialista em meio ambiente. Funcionários ouvidos pela CNN relatam a falta de atualização da carreira há pelo menos uma década.

    Em carta divulgada pelos servidores do ICMBio, a suspensão das atividades de campo é uma resposta “à falta de ação e suporte efetivo aos servidores e às missões críticas que desempenhamos”.

    A nota evidencia que se trata de “uma decisão difícil”, mas que é “necessária no momento difícil em que nos encontramos, e representa um importante passo estratégico na proteção da fauna, da flora e da sociobiodiversidade dos nossos biomas e também do nome da instituição”.

    Os servidores ainda mencionam que a instituição sofreu “assédio e perseguição” ao longo do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que “ainda não foi devidamente acolhida e valorizada pelo governo atual”.

    Serão mantidas, no período de paralisação, apenas as atividades burocráticas essenciais. Ficam suspensas, segundo a nota, todas as ações externas de campo, como a fiscalização ambiental na Amazônia, vistorias de processos de licenciamento ambiental e prevenção e combate à incêndios florestais.

    Segundo o presidente da Ascema Nacional, Binho Zavaski, a tentativa de negociação por uma reestruturação de carreira vem desde 2017.

    “Desde 2017 os servidores buscam canais de negociação. No governo anterior não havia mesa de negociação, fruto do embate constante com os servidores federais, e os da área ambiental eram tratados como inimigos do governo”, relembra.

    Já em maio de 2023, a associação atualizou as demandas, e em outubro enviou ao Governo Federal. “Desde outubro aguardamos a devolutiva do MGI e a marcação do calendário de negociações para que o governo apresente uma contraproposta”, relata Zavaski.

    Em 2023, duas paralisações de um dia já haviam sido feitas, é um aviso de que o movimento escalaria caso não houvesse a resposta do governo foi dado. Nesta sexta-feira, já são mais de 2 mil servidores paralisados.

    A reportagem entrou em contato com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, chefiado por Esther Dweck. Até o momento, ainda não houve retorno.

    Ibama

    Em uma carta divulgada no primeiro dia do ano, para anunciar a paralisação, funcionários do Ibama relataram não terem obtido respostas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos sobre a reestruturação das carreiras do órgão ligado à pasta do Meio Ambiente.

    Confira a taxa de adesão à paralisação por estado dos servidores do Ibama:

    • AP 100%
    • GO 100%
    • PR 97%
    • RJ 95%
    • TO 95%
    • MG 94%
    • SC 93%
    • MA 92%
    • PI 90%
    • AC 88%
    • PE 88%
    • PB 87%
    • ES 86%
    • SP 85%
    • RN 83%
    • CE 80%
    • MT 80%
    • SEDE 80%
    • AL 77%
    • PA 74%
    • BA 68%
    • AM 70,37%
    • MS 64%
    • RR 63%
    • RS 59%
    • SE 30%
    • RO 18%

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