Horas antes de viagem, Lula diz que quer “consolidar relação” com China
Presidente também afirmou que convidará Xi Jinping, líder chinês, para visita e reunião bilateral no Brasil


Na véspera da viagem à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que quer “consolidar a relação” com o país asiático e convencê-lo a fazer investimentos no Brasil. Além disso, informou que irá convidar o presidente Xi Jinping para uma visita e reunião bilateral.
“Política internacional é uma via de duas mãos, ou seja, você não vai para a China para saber o que os chineses vão fazer aqui ou o que os chineses vão comprar de nós, queremos mostrar aos chineses que temos coisas para vender”, disse em entrevista à EBC, complementando que o Brasil tem boa relação com o governo chinês.
“O que queremos é que os chineses façam investimentos para gerar novos empregos e gerar novos ativos produtivos no Brasil”, acrescentou Lula.
“Vou convidar Xi Jinping para vir ao Brasil, para um encontro bilateral, para conhecer o Brasil, para mostrar a ele os projetos que temos de interesse do investimento chinês”, pontuou.
Lula ainda observou que a China é um parceiro “essencial” para o Brasil, mas que as relações com essa nação estavam “amortecidas”.
Também destacou que é necessário fortalecer os laços e mercado com os países vizinhos da América do Sul e o Mercosul. “Não queremos que o Brasil fique rico com os vizinhos pobres, queremos que todos cresçam em igualdade de condições”, avaliou.
Outro ponto abordado pelo petista é a necessidade de ter “muita representatividade junto a China, EUA, Rússia e União Europeia”, comentando novamente que quer melhorar a relação com países africanos.
Ainda abordando a política externa, Lula ressaltou que o Brasil está disposto a ajudar a “despoluir o planeta” e quer atrair outros países para investir em fundo para proteção da Amazônia e meio ambiente.
Entretanto, observou que não quer “transformar a Amazônia em santuário da humanidade”, sendo o país soberano da floresta, mas propiciar às pessoas que moram na região a oportunidade de ter acesso a bens materiais e alimentos, por exemplo.
A ida do petista à China estava inicialmente planejada para o final de março, mas, por conta de uma pneumonia, teve de adiá-la. O chefe de Estado embarca nesta terça-feira (11) para o país asiático.
O Itamaraty afirmou que pretende assinar pelo menos 20 acordos com os chineses. Também estava no radar a reativação de um fundo de R$ 20 bilhões que foi criado em 2015, mas estava parado por questões burocráticas.
Outro ponto que deve ser abordado é a guerra na Ucrânia.
Programas socais e 100 dias de governo
Lula também afirmou durante a entrevista que está “convencido” que fará, proporcionalmente, “mais do que fizemos” em seus dois primeiros mandatos.
“Nesses 100 dias, já trabalhamos muito, eu estou muito otimista com o governo pelo que conseguimos produzir nesses 100 dias, sabendo que estamos apenas no começo”, avaliou.
Ele classificou a geração de empregos como uma “obsessão” de seu governo, sendo algo que dá “dignidade ao ser humano”.
Após comentar sobre o Bolsa Família, o presidente elogiou o Mais Médicos, dizendo que foi um dos programas de saúde “mais extraordinários”.
“Nós vamos levar médicos para todas as cidades. Todas as cidades do Brasil têm que ter um médico”, prometeu.
*com informações de Léo Lopes e Priscila Yazbek, da CNN