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    Herédia: Governo quer mexer no IR sem perder arrecadação

    Mexer no imposto de renda é popular, mas é também vespeiro porque ameaça a arrecadação do governo federal; ouça a íntegra do episódio do WW abaixo

    Thais Herédiada CNN , São Paulo

    Durou pouco o mau humor com o anúncio da nova política industrial do governo. A primeira conclusão é de que, no mínimo, Lula e seus ministros erraram na comunicação e provocaram a reação desconfiada de volta ao passado dos planos petistas.

    Para estancar a reverberação negativa, Lula e Fernando Haddad anunciaram que vão ajustar a tabela de isenção do imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos. É nessa faixa de renda que o presidente tem a maior aprovação, de 64% dessa população, segundo pesquisa da CNT divulgada nesta terça-feira (23).

    Mexer no imposto de renda é popular, mas é também vespeiro porque ameaça a arrecadação do governo federal, uma situação que Haddad não pode nem ouvir falar. A decisão sobre a faixa de isenção se mistura com a etapa da reforma tributária da renda que será apresentada em algumas semanas.

    Para reduzir a mordida do leão na conta dos assalariados, o governo terá que aumentar a bocada na carteira dos mais ricos. A dúvida é saber se, depois de ter aprovado a tributação das offshores e dos fundos exclusivos, o caminho para mudar a escalada do imposto de renda está mais pavimentado.

    Mesmo com um dia mais ameno, como hoje, o ruído entre o executivo e o congresso não cessou, ao contrário. A lista de nós a desatar só aumenta. A despeito da resistência do parlamento ou do mau humor do mercado, o cenário para a economia este ano vai ganhando algumas pitadas de melhora. E uma pergunta começa a surgir pelos cantos: as previsões estão novamente erradas?

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