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    Há dois dias, Queiroga foi à CPI e defendeu uso de máscara contra Covid-19

    Bolsonaro afirmou que conversou com Queiroga e que o governo vai "ultimar um parecer" para dispensar do uso obrigatório de máscara quem está vacinado ou já te

    Usando máscara, Queiroga prestou depoimento à CPI pela segunda vez
    Usando máscara, Queiroga prestou depoimento à CPI pela segunda vez Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

    Guilherme Venaglia Da CNN, em São Paulo

    Apenas dois dias antes de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defender a edição de um parecer desobrigando o uso de máscaras em pessoas vacinadas contra a Covid-19 ou que já tiveram a doença, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu uma posição oposta durante seu depoimento à CPI da Pandemia no Senado.

    “No Ministério da Saúde, primeira atitude minha como ministro, senador Humberto Costa, foi editar uma portaria obrigando o uso de máscaras no Ministério da Saúde, porque nós julgamos isso importante”, afirmou Queiroga, em resposta ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), segundo as notas taquigráficas do Senado. A portaria foi editada no dia 26 de março, três dias após a posse do ministro.

    “Também colocamos já no ar uma campanha publicitária muito forte, essa campanha não só acerca da vacina, mas também acerca das chamadas medidas não farmacológicas. Essa campanha é divulgada em todos os veículos de comunicação. É nítido que, aqui, a Esplanada, todos os ministérios têm a informação acerca das chamadas medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, o distanciamento social”, prosseguiu, em outra resposta. A campanha foi veiculada nas redes oficiais do governo no dia 9 de abril.

    Nesta quinta, Queiroga voltou a falar sobre o assunto após o pronunciamento do presidente. Questionado pela CNN, disse esperar a desobrigação ao uso de máscaras venha “o mais rápido possível”, mas ponderou que, para isso, “precisamos vacinar a população brasileira”. Assista no vídeo abaixo


    Em nota, divulgada no começo da noite desta quinta-feira (10), o Ministério da Saúde afirmou que Queiroga “recebeu o pedido do presidente da República, Jair Bolsonaro, para produzir um estudo que trate da flexibilização do uso de máscaras, conforme o avanço da vacinação no país”.

    No depoimento à CPI, na terça-feira (8), o ministro da Saúde ainda chegou a enaltecer o fato de sua gestão ter promovido uma nova campanha com o Zé Gotinha, com o mascote do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e com os demais personagens da família deste usando máscaras, como forma lúdica de incentivar o uso do equipamento de proteção.

    “A pasta não continua em silêncio, Excelência. Basta V. Exa. verificar que todos os ministérios têm uma propaganda a respeito de uso de máscaras. Se reclamava do Zé Gotinha; hoje nós temos um Zé Gotinha de máscara e uma família inteira de Zé Gotinhas de máscara. Trinta entrevistas coletivas realizadas, 4.512 demandas de imprensa atendidas, 756 matérias publicadas no portal do Ministério da Saúde; nas redes sociais, mais de 2 mil postagens com 770 milhões de impressões e mais de 21.320 interações”, enumerou.

    Proposta do presidente e posição da OMS

    Nesta quinta-feira, em pronunciamento em evento do setor do turismo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que conversou com Queiroga e que o governo vai “ultimar um parecer” para dispensar do uso obrigatório de máscara quem está vacinado contra a Covid-19 ou já teve a doença.

    Apesar de pessoas que tiveram a Covid-19 desenvolverem anticorpos para a doença, essa proteção não é considerada definitiva, diante do risco de reinfecção e das variantes do novo coronavírus. A orientação dos órgãos de saúde é que mesmo pessoas que já tenham tido a Covid-19 precisam se vacinar contra a doença.

    Após os primeiros países optarem por autorizar a dispensa do uso de máscaras por pessoas vacinadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu cautela aos governos. Segundo a OMS, a dispensa desses cuidados pode acontecer quando não houver mais transmissão comunitária da doença e não depende apenas da vacinação contra a Covid-19.

    “A pandemia não terminou, há muita incerteza com as novas variantes e precisamos manter os cuidados básicos para salvar vidas”, afirmou Maria van Kerkhove, líder técnica para a Covid-19 da OMS.