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    Greve divide candidatos em São Paulo: Boulos defende paralisação e Nunes critica PSOL

    Paralisação de funcionários atinge quatro linhas do Metrô e cinco da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na capital paulista e região metropolitana

    Clarissa OliveiraJussara SoaresPedro Venceslauda CNN , em São Paulo

    A greve desta terça-feira (3), que paralisa quatro linhas do Metrô e cinco da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na cidade de São Paulo e região metropolitana, virou palco de um embate entre os dois pré-candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto para a prefeitura em 2024: o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

    Alinhado com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ricardo Nunes classificou a greve dos servidores do Metrô e CPTM como “ideológica, apoiada por partidos como o PSOL”.

    O comentário foi publicado no perfil de Nunes na rede social X, antigo Twitter, na manhã desta terça-feira e em seguida apagado.

    No entanto, depois que o prefeito soube da postagem de Guilherme Boulos defendendo a paralisação, Nunes voltou atrás e publicou novamente o comentário.

    “Lamentamos que nossa população seja prejudicada por uma guerra ideológica por uma greve ideológica apoiada por partidos como PSOL, da presidente do Sindicato dos Metroviários. Uma greve que não está sequer respeitando a decisão da Justiça. Estamos trabalhando para ajudar os que realmente trabalham”, disse Nunes.

    O tweet foi republicado por Fabio Wajngarten, advogado e ex-secretário especial de Comunicação de Jair Bolsonaro (PL), com o seguinte comentário: “Boulos nunca. PSOL jamais”.

    Nunes espera o apoio do ex-presidente Bolsonaro na eleição de 2024 contra Guilherme Boulos na capital paulista.

    Segundo apurou a CNN, uma parte do entorno de Nunes defendeu que a mensagem fosse apagada, temendo uma reação negativa como ocorreu na semana passada quando o prefeito disse que ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e sua ex-assessora Marcelle Decothé, demitida após fazer comentários atacando a torcida do São Paulo, eram do “PSOL de Boulos”.

    O partido negou que as duas sejam filiadas.

    No entanto, Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários, é filiada ao PSOL.

    O deputado Guilherme Boulos, por sua vez, saiu em defesa da greve e criticou Tarcísio.

    “A intransigência do governo de SP é a grande responsável pela greve de hoje no Metrô/CPTM. Os trabalhadores propuseram em juízo liberar as catracas em vez da paralisação, para não prejudicar os usuários. O Governo Estadual recusou a proposta. Apostou no conflito e não no diálogo”, escreveu Boulos nas redes sociais.

    A avaliação do entorno do deputado é que, dado o envolvimento do PSOL com a greve, ficaria “muito difícil” Boulos não se manifestar. Mas a postagem é vista com preocupação por integrantes da campanha.

    Sob reserva, petistas ligados à campanha admitem que um dos pontos centrais da estratégia é tentar descolar a imagem de Boulos da esquerda mais radical, para acenar na direção de um eleitor mais ao centro. E o apoio à greve vai contra esse plano.

    Greve contra privatizações

    A paralisação de funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp acontece para protestar contra as concessões, terceirizações e privatizações propostas pelo governo estadual.

    “Cabe aos trabalhadores definirem os interesses pertinentes às suas categorias. Os trabalhadores do transporte e da água prestam serviços públicos e queremos que esses serviços permaneçam sendo públicos e de qualidade”, diz o Sindicato dos Metroviários.

    O Sindicato dos Ferroviários explica que “os trabalhadores estão dando um basta nesse processo pernicioso que é a privatização do transporte público metroferroviário em São Paulo! Basta: a população está sofrendo com a queda na qualidade dos serviços prestados nas linhas concedidas”.

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também nesta terça, afirmou que a greve do Metrô, CPTM e Sabesp e é movida por interesses “políticos e ideológicos” e visa “promover o caos”.

    “É lamentável que a população de São Paulo acorde mais uma vez refém de sindicatos que manobram os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses políticos e ideológicos. Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar”, disse o governador.

    Vídeo: Prefeito de São Paulo associa greve dos metroviários ao PSOL

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