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    Greve aérea e diplomações nos Estados atrapalham negociações da PEC do Estouro

    Ainda sob o impacto da decisão do STF de acabar com o orçamento secreto, Arthur Lira tenta desde cedo reunir um número maior de lideranças para traçar estratégias para esta terça-feira

    Basília Rodriguesda CNN , em Brasília

    O cancelamento e atraso de voos associados às diplomações de políticos em seus Estados tornaram mais difícil o desafio de reunir líderes da Câmara dos Deputados, em plena segunda-feira (19), em Brasília, às vésperas da votação da PEC do Estouro, que viabiliza o Auxílio Brasil de R$ 600.

    Ainda sob o impacto da decisão do Supremo Tribunal Federal de acabar com o orçamento secreto, o presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), tenta desde cedo reunir um número maior de lideranças para traçar estratégias para esta terça-feira. Mas a greve aérea e as cerimônias na Justiça Eleitoral dos Estados têm provocado desencontros.

    Alguns líderes que conseguiram chegar a Brasília relataram que foram totalmente pegos de surpresa pela decisão do Supremo Tribunal Federal, que considerou o orçamento secreto inconstitucional. Para eles, a sobrevida das emendas de relator era dada como certa, ainda que por placar apertado, tanto quanto um desembarque tranquilo em Brasília. Porém, não foi bem assim.

    “Perdi meu voo por causa da greve dos aeronautas, era para eu ter vindo mais cedo. O julgamento ocorreu enquanto eu estava em voo. Quando cheguei aqui e vi o que aconteceu, mandei mensagem para ele e disse: ‘Corre, que é crise! É crise!”, disse uma liderança à CNN apontando para outro líder que também se surpreendeu pelo resultado do julgamento.

    No início da tarde desta segunda-feira, Lira recebeu na residência oficial da Câmara dos Deputados os líderes Isnaldo Bulhões (MDB), Antônio Brito (PSD), Altineu Cortês (PL) e Orlando Silva (PCdoB). À medida que outras lideranças conseguiram pegar voo para Brasília também foram chamadas para conversar.

    Por isso, ainda haverá encontros na noite desta segunda. Além disso, integrantes da cúpula da Câmara afirmaram à CNN que as conversas irão desenrolar em nova reunião com Arthur Lira na manhã desta terça-feira, horas antes da PEC entrar na pauta de votação.

    De acordo com deputados que participam da articulação, a alternativa é remanejar recursos do relator para outro tipo de emenda considerada válida. Essa alteração poderia ser inserida na votação do orçamento para o próximo ano.

    Mas há também aqueles mais afrontosos que defendem uma união de forças no Congresso Nacional para constitucionalizar as emendas de relator, ou seja, torná-las legais por meio de “contrabandos” no próprio texto da PEC que está prestes a ser votada.

    Não há consensos, no entanto.

    Um líder chegou a ironizar a revolta dos colegas e avaliar que uma eventual mudança constitucional nesse sentido poderia gerar consequências piores para o Parlamento: “Tem muito super-homem aqui, mas eles esquecem da criptonita”.

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