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    Governo nomeia indicado pelo ‘centrão’ para fundo bilionário do MEC

    Marcelo Lopes da Ponte atuava como chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PP); ele é o segundo nome indicado por um partido do centrão para o FNDE

    Murillo Ferrari , da CNN, em São Paulo

    O governo Bolsonaro nomeou para a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) Marcelo Lopes da Ponte, mais um nome vinculado ao centrão na Câmara dos Deputados. Antes, Ponte atuava como chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI).

    A nomeação foi assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter de Souza Braga Netto, e publicada no “Diário Oficial da União” desta segunda-feira (1º). Ele entra no lugar de Karine Silva dos Santos, alinhada ao ministro da Educação, Abraham Weintraub.

    Esta é a segunda indicação vinculada ao centrão aceita pelo governo para o fundo de quse R$ 30 bilhões. No dia 18 de maio, em uma outra rodada de negociações com o centrão, o governo nomeou o assessor técnico da liderança do Partido Liberal (PL) na Câmara do Deputados Garigham Amarante para o cargo de diretor de Ações Educacionais do FNDE. A indicação teve a bênção do presidente do PL, Waldemar Costa Neto, condenado no esquema do mensalão.

    O FNDE é um dos espaços mais cobiçados por políticos. O órgão é responsável por atribuições que vão desde a contratação de livros escolares, transporte de alunos até o programa federal de financiamento estudantil, o Fies.

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    A entrega do fundo a um nome indicado pelo Centrão – bloco informal da Câmara formado por Progressistas, PL, Republicanos, PTB, Solidariedade, DEM e PSD – faz parte da estratégia do presidente Jair Bolsonaro para ganhar apoio no Congresso. O objetivo do governo é ter uma base consolidada para aprovar projetos e, principalmente, barrar um eventual processo de impeachment de Bolsonaro.

    Banco do Nordeste

    Além disso, o governo vai entregar o comando do Banco do Nordeste (BNB) para outro nome indicado pelo PL. No lugar do atual presidente, Romildo Rolim, assumirá Alexandre Borges Cabral, que presidiu a Casa da Moeda entre julho de 2016 e junho de 2019 por indicação de outra legenda do bloco, o PTB. Ele deve ser anunciado nesta segunda.

    A troca é vista como uma nova sinalização da disposição de Bolsonaro em sedimentar a aliança com os partidos do Centrão e construir uma base aliada no Congresso.

    Por outro lado, a decisão contraria declaração do próprio presidente, que na quinta-feira admitiu a negociação de cargos em segundo e terceiro escalão para obter apoio político, mas negou existir qualquer tratativa para entrega de ministérios, bancos públicos ou empresas estatais.

    “Em nenhum momento nós oferecemos ou eles pediram ministérios, estatais ou bancos oficiais”, disse Bolsonaro durante transmissão nas redes sociais.

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    O Banco do Nordeste é um ativo político valioso devido à sua forte presença junto a empresas, produtores rurais e pequenos empreendedores na região – a única onde Bolsonaro perdeu as eleições de 2018.

    A instituição também participa de financiamentos à infraestrutura, incluindo expansão de aeroportos em capitais nordestinas concedidos à iniciativa privada. No ano passado, desembolsou R$ 42,16 bilhões em mais de 5,3 milhões de operações. O valor é 74,4% do total desembolsado em 2019 pelo BNDES, banco de desenvolvimento que opera em todo o Brasil.

    Nomeações anteriores

    A aproximação do Palácio do Planalto com o Centrão entre o fim de abril e o começo de maio resultou na nomeação de Fernando Marcondes de Araújo Leão para a direção-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Leão é ligado ao PP e foi indicado ao posto pela direção da sigla.

    Em outra etapa do acordo também em maio, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entregou o comando da Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional a um indicado do Republicanos, o antigo PRB. Tiago Pontes Queiroz foi o nome escolhido pelo partido para posto.

    Ainda são esperadas nomeações em postos estratégicos, como no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Ao todo, o presidente poderá deixar sob controle de políticos do Centrão um orçamento de até R$ 78,1 bilhões.

    Em troca dos cargos, os partidos prometem fidelidade em votações que forem de interesse do governo no Congresso Nacional.

    Com informações do Estadão Conteúdo

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