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    ‘Governo não ouvia técnicos da Saúde’, diz pesquisador citado por Mandetta

    Julio Croda previu 180 mil mortes até o final de 2020, número próximo aos 193 mil óbitos registrados no período

    Leandro Resendeda CNN

    O infectologista Julio Croda falou sobre o coquetel contra a Covid
    O infectologista Julio Croda (20.abr.2021)
    Foto: Reprodução / CNN

     

    O pesquisador da Fiocruz Julio Croda, que foi chefe Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde durante a gestão Luiz Henrique Mandetta, afirmou à CNN que percebia no Governo Federal a existência de “discursos e previsões feitas sem base técnica científica adequada”. Croda foi citado hoje por Mandetta durante depoimento na CPI da Pandemia, no Senado, como o autor de uma projeção feita em março de 2020 para o “pior cenário possível” da pandemia. 

    “Fizemos uma modelagem de casos e óbitos em um cenário em que não conseguiríamos fazer nenhum tipo de lockdown nacional — como não fizemos — e chegamos bem próximo do que de fato aconteceu”, afirmou Croda, que previu 180 mil mortes até o final de 2020, número próximo aos 193 mil óbitos registrados pelo país entre março e 31 de dezembro passado. 

     

    Croda afirmou que quando Mandetta pediu o estudo, o ex-ministro estava “muito preocupado” com a forma com a qual o Planalto tratava da pandemia. “Havia um negacionismo muito grande”. 

    Em trecho de seu depoimento na CPI, Luiz Henrique Mandetta afirmou acreditar  que o presidente Jair Bolsonaro foi orientado de forma paralela, ou seja, por pessoas de fora do Ministério da Saúde, em questões relacionadas com o combate à pandemia, incluindo a recomendação de uso da hidroxicloroquina.

    Croda afirmou que esse tipo de prática era perceptível para os técnicos do Ministério da Saúde no começo da pandemia. “Em determinado momento ele passou a ouvir não mais os técnicos do Ministério, mas dar ouvidos às pessoas que vendiam falsos tratamentos, que afirmavam que a cloroquina era efetiva. O governo deu espaço para quem não era infectologista e não conhecia vírus respiratórios”, afirmou.

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