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    Governo está substituindo ministros técnicos por políticos, diz Amôedo

    Fundador do Partido Novo, o ex-presidenciável analisou conduta do governo federal na pandemia, crises institucionais e o posicionamento da legenda nesse cenário

    Fundador e ex-presidente do Partido Novo, o ex-presidenciável João Amoêdo fez críticas ao governo federal em entrevista à CNN, nesta quarta-feira (17). O empresário avaliou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou de critério para a escolha para os ministérios e está focando em indicações políticas para se blindar contra eventual abertura de impeachment. 

    “Claramente o governo está deixando de lado os ministros técnicos e substituindo pelos ministros políticos. Hoje teve a posse do Ministério das Comunicações com clara indicação política”, considerou Amoêdo. “Me parece, que Bolsonaro tem demonstrado muito mais preocupação em se blindar contra eventual processo de impeachment – ou algo dessa linha – do que montar uma estrutura eficiente para beneficiar o cidadão brasileiro”, acrescentou.

    Além de citar a posse de Fábio Faria (PSD-RN) para o Ministério das Comunicações, Amoêdo fez críticas no contexto das trocas realizadas na pasta da Saúde, que, desde o início da pandemia, já passou pela saída de Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e agora é comandado pelo ministro interino, general Eduardo Pazuello.

    “Ficamos já há algum tempo sem um ministro da Saúde no meio de uma crise. Tivemos duas trocas de ministros que eram técnicos”, observou.

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    Amoêdo reprovou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que segundo analista de política Igor Gadelha, da CNN, já demonstra menos resistência a uma possível demissão do cargo e teme ser preso por conta das ofensas aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), na reunião ministerial de 22 de abril. 

    “Quando olhamos para a Educação, também temos um problema, com um ministro que gasta a maior parte do tempo nas redes sociais, atacando outros poderes e dando pouca relevância à Educação de fato”, criticou.

    Ele ainda defendeu a “preservação das instituições, especialmente do Supremo”. “Certamente podemos ter algumas críticas em relação à atuação do Supremo e em relação a um ou outro integrante, mas a instituição tem que ser preservada pela importância que ela tem como guarda da Constituição”, completou.

    Por fim, o ex-presidente do Novo afirmou que, como filiado, vê que a sigla tem “uma postura de independência em relação ao governo”. “Todas as pautas que foram na linha de um país com mais liberdade econômica, menos burocracia e menos carga tributária tiveram e terão o apoio do Novo”, assegurou. 

    (Edição de Luiz Raatz)

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