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    Governo de São Paulo descartou intervenção na Prevent Senior

    Leia a íntegra do documento sobre a inspeção no hospital Sancta Maggiore no bairro do Paraíso, em São Paulo

    Caio Junqueira

    A Secretaria de Saúde do governo de São Paulo descartou intervenção nos hospitais da rede Prevent Senior na capital paulista.

    A principal base que ajudou a fundamentar essa decisão foi um Relatório Técnico de Inspeção elaborado pela própria secretaria a partir de uma inspeção em um dos hospitais da rede no dia 19 de março. O documento aponta que “a instituição segue normas de biossegurança”.

    “Apesar do grande número de pacientes internados e da gravidade dos casos, verificou-se que a instituição segue normas de biossegurança, disponibilizando recursos para que os profissionais executem suas atividades, estabelecimento de fluxos e acompanhamento diário no cumprimento das normas estabelecidas, treinamentos e restrição de fluxo de pessoas nos locais em que há casos confirmados ou suspeitos, como forma de minimizar o risco de transmissão Sars-Cov-2”, conclui o relatório em suas considerações finais.

    O documento de cinco páginas (leia abaixo) é sobre a inspeção no hospital Sancta Maggiore no bairro do Paraíso, em São Paulo.

    A conclusão da Secretaria do Estado é oposta à da Secretaria da Prefeitura de São Paulo, conforme ofício encaminhado pelo secretário municipal de Saúde Edson Aparecido ao então secretário de Saúde do Estado, José Henrique German, no dia 27 de março de 2020. Aparecido pede que os hospitais da rede sofram uma intervenção a partir de inspeções feitas nos dias 18 e 23 de março. No seu pedido, ele aponta boa parte das acusações que hoje vem sendo apontadas pela CPI da Pandemia.

    “Considerando os laudos das visitas técnicas realizadas pela equipe de vigilância que apontaram subnotificação de casos suspeitos, falhas no isolamento de casos confirmados, não coleta do teste para influenza nos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), não testagem de profissionais de saúde afastados com quadro de síndrome gripal, falta de kits para testagem, internação de casos de SRAG na UTI sem a confirmação do agente etiológico favorecendo a transmissão cruzada de agentes de transmissão respiratória aos demais pacientes dispostos na mesma unidade de terapia intensiva. Considerando o primeiro caso de óbito ocorrido no município de SP em 17 de março divulgado pela mídia uma vez que não houve a notificação oportuna da instituição aos órgãos competentes. Considerando o Boletim Epidemiológico do Município de São Paulo que aponta 39 óbitos nos hospitais da instituição, solicitamos a intervenção temporária no hospital Sancta Maggiore – unidades Paraíso, Pinheiros e Jardim Paulista até que a instituição cumpra as normas do Código Sanitário Vigente, diz o secretário municipal.

    Nunca houve uma resposta formal ao pedido de intervenção. Nesta quarta-feira (29), procurada, a Secretaria de Estado de São Paulo disse à CNN que a inspeção feita por ela responde esta questão de intervenção e que o termo utilizado na época foi feito de forma incorreta, já que trata de um serviço privado regulado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O então secretário José German foi na mesma linha: “Não era o caso de intervenção pois se tratava de um serviço privado”.

    Procurada, a Prevent disse à CNN que ambos os procedimentos foram arquivados sem recomendação objetiva e que o Ministério Público de São Paulo também arquivou investigações contra o plano por falta de provas.