Governo articula em diferentes frentes para tentar evitar CPI da Covid-19
Instalação da CPI da Covid-19 no Senado foi ordenada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo


Integrantes do governo articulam em diferentes frentes para tentar evitar a instalação da CPI da Covid-19 no Senado, ordenada nesta quinta-feira (8) pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
Um dos movimentos é reforçar a ofensiva sobre os senadores que apoiaram a criação da comissão para que retirem suas assinaturas e, assim, não haja as 27 assinaturas mínimas necessárias.
Até março, o pedido de instalação da CPI tinha 33 assinaturas. Uma delas, porém, já foi desconsiderada: a do senador Major Olímpio (PSL-SP), que morreu em 18 de março vítima da Covid-19
Segundo o regimento interno do Senado, senadores podem retirar suas assinaturas até a meia-noite do dia em que o requerimento de instalação da CPI for lido em plenário, o que está previsto para próxima semana.
Em outra frente, lideranças governistas no Senado atuam nos bastidores para convencer algumas bancadas a não indicarem seus representantes para a CPI, impedindo o início dos trabalhos.
Plenário do STF
Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro tentam ainda convencer algum ministro do STF a pedir que a decisão monocrática de Barroso seja levada ao plenário tradicional do Supremo.
Em acordo com o presidente da Corte, Luiz Fux, Barroso pediu que sua liminar fosse analisada pelos demais ministros no plenário virtual do STF, onde a exposição é considerada menor.
O julgamento virtual está marcado para ocorrer entre os dias 16 e 26 de abril. Qualquer ministro do STF, porém, pode pedir destaque para que o tema seja julgado no plenário convencional.
Consultas
Segundo apurou a CNN com fontes do Senado e do STF, Barroso consultou colegas da corte nesta quinta-feira antes de dar a liminar e teria ouvido apoio da maioria dos demais ministros para a decisão.
Além disso, Barroso sinalizou previamente ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que daria a decisão, em uma tentativa de fazer o senador abrir a CPI antes, sem obrigação judicial.
Fontes do STF disseram à CNN que o presidente do STF, Luiz Fux, também conversou com Pacheco. O presidente do Senado, porém, teria indicado que não abriria a CPI por decisão própria.