Com direito ao silêncio, ex-ministro Gonçalves Dias presta depoimento à CPMI do 8/1 nesta quinta (31)
Defesa do general da reserva afirmou que ele responderá às questões dos parlamentares
Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, presta depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro nesta quinta-feira (31), a partir das 9h.
Conhecido como “G. Dias”, ele era o ministro responsável pela segurança dos palácios presidenciais durante os ataques criminosos às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro. O general da reserva deixou o cargo no governo após imagens reveladas ela CNN o mostrarem no Palácio do Planalto durante as invasões.
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Segundo a defesa do ex-ministro, ele responderá às perguntas que os parlamentares fizerem durante o depoimento e que há tranquilidade para as explicações.
Mesmo assim, a defesa entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para o militar. Segundo o advogado que o representa, a medida visa “assegurar os direitos e evitar possíveis excessos de perguntas fora do escopo da investigação”. A medida foi concedida pelo ministro Cristiano Zanin.
A oposição acredita que Dias precisa explicar o pedido encaminhado ao ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura Cunha para que fosse retirado o nome dele da lista dos alertas de inteligência.
Em outros depoimentos, ele pontuou que pediu o que chamou de alteração porque documento não coincidia com a realidade.
Segundo parlamentares da oposição ouvidos por Raquel Landim, âncora da CNN, devem ser exploradas as contradições das declarações do general, de outros depoentes e documentos encontrados pelas investigações.
Já a base governista acredita que G. Dias tem explicações para cada ponto, e que há “tranquilidade” para o depoimento, já que o ex-GSI tem se disposto a prestar os esclarecimentos.
Quem é Gonçalves Dias
Marcos Edson Gonçalves Dias nasceu em 1950, na cidade de Americana, em São Paulo.
O general foi anunciado pela equipe de transição do governo federal ainda em dezembro de 2022 como chefe do GSI, órgão responsável por assessorar o presidente da República em assuntos militares e de segurança.
Quando major e tenente-coronel, ele atuou na segurança pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante seus primeiros mandatos, entre 2003 e 2009, como Secretário de Segurança da Presidência da República.
Ele voltou a colaborar na segurança de Lula durante a campanha das eleições para a Presidência da República em 2022.
Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ele atuou na 6ª Região Militar, responsável pela administração de pessoal e logística do Exército na Bahia.
Em 2012, foi afastado da função quando houve uma greve de policiais no estado e Dias foi filmado recebendo um bolo de aniversário dos policiais grevistas.
Mesmo assim, o militar ainda chegou a ser chefe da Coordenadoria de Segurança Institucional de Dilma.
*publicado por Tiago Tortella, da CNN
*com informações de Gabriela Prado e Karine Gonzaga, da CNN