Gleisi defende que PEC do Estouro tenha efeito permanente: “Meu entendimento é que não tenha prazo”
Proposta prevê quase R$ 200 bilhões além do teto de gastos; texto definitivo deve ser apresentado nesta terça-feira (22)
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman, defendeu nesta segunda-feira (21) que a PEC do Estouro tenha efeitos permanentes ao deixar fora do teto de gastos despesas de viés social, como o pagamento do Bolsa Família. A fala foi feita a repórteres em Brasília.
A minuta do texto prevê que R$ 200 bilhões fiquem fora do teto. A versão final deve ser apresentada na terça-feira (22), conforme disse Wellington Dias (PT-PI), coordenador do Orçamento da equipe de transição, à analista de Política da CNN Basília Rodrigues.
Parte dos aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acreditam que o valor extrateto deveria valer por um prazo determinado. Gleisi Hoffmann defendeu que ele fique fora do teto de forma permanente.
“Vai depender do Congresso Nacional. O meu entendimento é que não tenha prazo. Se a gente quer combater a miséria, fazer desenvolvimento social, a gente não pode ter soluções momentâneas. Nós temos que ter longo prazo, porque só assim conseguiríamos resolver estes problemas crônicos do país”, afirmou.
“A PEC é muito simples. Ela excepcionaliza o Bolsa Família do teto de gastos, e a gente tem que ter a clareza de que isso foi aprovado. O Bolsa Família, o auxílio emergencial, tirar as pessoas da pobreza, ter política social eficiente foi aprovado por 100% do eleitorado brasileiro. Quem votou e elegeu Lula, e também quem votou Bolsonaro, porque ele propôs a mesma coisa”, completou Gleisi.
Ela acrescentou ainda acreditar que “o Congresso Nacional vai ter muita sensibilidade para nos ajudar a resolver isso”.
Sobre a escolha de ministros, a presidente do PT afirmou que cabe a Lula “iniciar esse movimento”, o que não aconteceu até o momento. “Antes dele iniciar, nós não vamos fazer nenhuma conversação política sobre ministérios”, observou.
*publicado por Tiago Tortella, da CNN