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    Garotinho, ex-governador do RJ, tem alta do hospital e tratará pneumonia em casa

    Político fluminense apresentou melhora em seu quadro clínico e contará com equipe médica domiciliar para seguir o tratamento

    Flávio IsmerimVinícius Bernardesda CNN , São Paulo

    O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho recebeu alta nesta segunda-feira (24) e seguirá tratando pneumonia em casa. A informação foi confirmada pelo próprio político em publicação feita em sua conta oficial do Instagram.

    Ele estava no Hospital Unimed, na cidade de Campos dos Goytacazes — seu reduto eleitoral na região norte do estado —, desde a noite de quinta-feira (20), quando os médicos decidiram mantê-lo internado e administrar medicamentos intravenosos mais fortes.

    “Após avaliar os exames laboratoriais e as imagens da tomografia, os médicos concluíram que devo seguir o tratamento da pneumonia em casa, porém com acompanhamento de uma equipe de suporte que vai administrar a medição venosa”, escreveu o ex-governador.

    Governador fluminense entre 1999 e 2002 e ex-candidato à Presidência, Garotinho aparece na foto ao lado de sua esposa e também ex-governadora do Rio de Janeiro entre 2003 e 2007, Rosinha Garotinho.

    Ele havia comunicado o diagnóstico de pneumonia no começo da semana passada, em um vídeo em suas redes sociais, no qual pediu desculpas pelo cancelamento de entrevistas e outros compromissos marcados em sua agenda.

    O que é pneumonia?

    pneumonia é uma infecção de vias aéreas inferiores, que inclui, além dos pulmões, estruturas como a traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos. O problema, causado por vírus, bactérias e fungos, pode provocar doença leve a grave em pessoas de todas as idades.

    Entre as causas mais comuns de pneumonia estão a infecção pelo vírus da gripe, pelo vírus sincicial respiratório (VSR) e pelo coronavírus. Em relação aos casos de origem bacteriana, as infecções geralmente ocorrem por Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e Mycoplasma pneumoniae.

    A classificação da pneumonia é feita de acordo com os riscos de evolução da infecção, de acordo com o médico pneumologista Gustavo Prado, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

    “A pneumonia pode ser classificada em gravidade. De forma bastante simplificada, podemos separar entre uma pneumonia leve, moderada e grave, ou atribuir diferentes pontuações em escores de risco que a gente calcula de acordo com características do paciente em relação a idade, sexo, existência de algumas doenças de base e as manifestações clínicas da pneumonia”, explica Prado.

    De acordo com o especialista, a avaliação do risco permite determinar a conduta do tratamento e a necessidade ou não de internação hospitalar.

    “Pacientes que não apresentam risco de complicação tendem a ser tratados em casa com antibióticos ou outros medicamentos a depender da causa da pneumonia. Pacientes que já tem um risco de complicação um pouco aumentado, mas não apresentam deterioração clínica, insuficiência respiratória ou alterações circulatórias, podem ser tratados em ambiente hospitalar de uma unidade de internação. Aqueles que apresentam maior gravidade ou complicações clínicas têm a necessidade de internação em UTI”, detalha.

    O médico acrescenta que a diferença entre pneumonias leves e graves não está associada apenas à extensão do pulmão acometida pela infecção, mas também às potenciais repercussões para o organismo.

    “Na avaliação clínica do paciente e estratificação de risco, levamos muito em conta se ele tem queda da oxigenação, se tem um aumento da frequência cardíaca, se ele tem uma queda da pressão arterial, alteração do nível de consciência ou desorientação, se tem idade muito avançada ou a existência de doenças graves que possam comprometer a sua evolução”, afirma Prado.

    Tipos de pneumonia

    Existem pelo menos três tipos de pneumonia. Aquela adquirida na comunidade ocorre quando alguém desenvolve o problema em ambiente externo às instituições de saúde.

    A pneumonia associada aos cuidados de saúde é resultado de uma infecção adquirida durante ou após uma estadia em um ambiente hospitalar, instalações de cuidados prolongados e centros de diálise, por exemplo.

    Um terceiro tipo consiste na pneumonia associada ao respirador, quando um paciente adoece após precisar ser submetido a uma máquina de ventilação artificial.

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a pneumonia adquirida na comunidade é causada na maioria das vezes pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo), que se instala nos pulmões quando há situações de baixa imunidade.

    “O pneumococo faz parte da flora bacteriana usual das nossas vias aéreas superiores. Porém, esses microrganismos acabam invadindo os pulmões e levando à pneumonia quando há fatores que causam diminuição da imunidade, como uma gripe forte, por exemplo”, explica José Tadeu Colares Monteiro, pneumologista da Comissão Científica de Infecções Respiratórias e Micoses da SBPT, em comunicado.

    Riscos e sintomas

    Os sintomas mais comuns da pneumonia são tosse, febre e dor torácica. Nos casos mais severos, pode haver falta de ar. A tosse ocasionada pela pneumonia bacteriana costuma ter expectoração, com presença de catarro espesso. Enquanto a pneumonia viral provoca uma tosse mais seca.

    A febre costuma ser mais baixa no caso das pneumonias virais. Nos idosos, pode haver pneumonia sem febre.

    De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, foram registradas 25.917 internações e 3.596 óbitos por pneumonia no Brasil em agosto de 2021.

    Segundo a SBPT, os grupos de maior risco para a infecção são:

    • Crianças, especialmente abaixo dos 2 anos;
    • idosos acima de 65 anos;
    • pessoas com doenças crônicas, respiratórias, cardíacas, hepáticas e que causam imunossupressão;
    • pacientes em tratamento com imunossupressores;
    • alcoolistas e tabagistas.

    Diagnóstico e tratamento

    diagnóstico da pneumonia é essencialmente clínico. A partir da consulta, o médico avalia as queixas do paciente e realiza um exame físico para verificar alterações na ausculta pulmonar. Para confirmar o diagnóstico, é feito um raio-x de tórax.

    Os exames laboratoriais podem ser necessários em casos de agentes causadores de doença atípicos, casos graves, para pacientes que não respondam ao tratamento inicial ou que estejam internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), além de casos de mais de uma infecção associada, como Covid-19 e gripe.

    O tratamento da pneumonia pode ser feito com antibióticos, de acordo com o microrganismo mais provável no local de aquisição da doença, a presença de fatores de risco individuais e doenças associadas.

    “No cenário de uma pandemia, os sintomas da pneumonia e da Covid-19 podem se sobrepor. Então, é mandatório fazer a pesquisa do antígeno nos pacientes que dão entrada nos hospitais com quadro sintomático respiratório, sintomas gripais ou de pneumonia. Na maioria dos locais, o protocolo é fazer o exame RT-PCR. Se for Covid-19, o tratamento é de suporte clínico e os pacientes que evoluem com sinais de gravidade são internados”, afirma o médico.

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