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    Galípolo mantém périplo enquanto governo e Senado divergem sobre data de sabatina

    Indicado para a presidência do Banco Central, economista fez visitas em gabinetes de senadores nesta terça-feira (3)

    Emilly BehnkeRebeca Borgesda CNN , Brasília

    Indicado do governo para a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo realiza nesta semana um périplo por gabinetes de senadores. O chamado “beija-mão” visa alinhar expectativas e buscar apoio.

    Galípolo já teve reuniões com senadores da base aliada do governo e com integrantes da oposição. Nesta terça-feira (3), ele esteve com os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Nelsinho Trad (PSD-MS), Wilder Morais (PL-GO), Lucas Barreto (PSD-AP), Daniella Ribeiro (PSD-PB) e Werveton (PDT-MA).

    Os senadores petistas Rogério Carvalho (SE), Fabiano Contarato (ES) e Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Congresso, também tiveram agendas com Galípolo.

    Na segunda-feira (2), Galípolo já havia se reunido com o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), e os senadores petistas Beto Faro (PA) e Teresa Leitão (PE).

    Na quarta-feira (4), Galipolo deve manter a peregrinação pelo Senado. Atual diretor de Política Monetária do BC, o economista é ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda. Sua indicação para o comando do BC foi formalizada pelo governo na semana passada.

    Sabatina em negociação

    No fim da tarde desta terça-feira, Galípolo se reuniu com o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde será sabatinado.

    O governo pressiona para que a sabatina ocorra na próxima semana, na terça-feira (10), antes da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para 17 de setembro. Apesar do apelo de governistas, Vanderlan disse que não deve marcar a análise da indicação para o dia 10 de setembro.

    Senadores ouvidos pela CNN defendem que a sabatina seja realizada após as eleições municipais. O primeiro turno ocorrerá em 6 de outubro.

    Por conta das eleições, as atividades presenciais no Congresso estão reduzidas. As votações têm sido realizadas no modelo semipresencial, em que os parlamentares podem votar de forma remota. Na próxima semana, não há, até o momento, votações presenciais previstas no Senado.

    Vanderlan ainda deve se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para definir a data da sabatina. Por costume, os indicados ao BC são sabatinados na comissão e, no mesmo dia, as indicações são votadas no plenário.

    Quórum para votação

    Segundo Jaques Wagner, líder do governo na Casa, o nome de Galípolo é bem recebido e aceito pelos senadores. A maior dificuldade, de acordo com o senador, é conseguir quórum para a votação. Para ser aprovado no plenário, Galípolo precisa do voto de 41 senadores.

    “Evidentemente, como estamos em um período pré-eleitoral, não é fácil conseguir conquistar presenças aqui [no Senado]”, afirmou Jaques em entrevista coletiva.

    Outra data cogitada para a sabatina é o dia 17 de setembro. A data, no entanto, esbarra no chamado “período de silêncio” que antecede e se estende após as reuniões do Copom. O período vai da quarta-feira da semana anterior à reunião ordinária do Copom até o momento da publicação da ata do encontro.

    Assim, entre os dias 11 e 24 de setembro, os diretores do BC devem seguir a regra. Nesse período, não costumam fazer declarações públicas sobre assuntos que possam influenciar ou ser influenciados por decisões do Copom, como a taxa de juros.

    O mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, se encerra no fim de dezembro. A ideia do Executivo de antecipar a indicação de Galípolo visa dar previsibilidade e “acalmar” o mercado.

    O que (e como) o BC pode fazer para derrubar o dólar?

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