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    Freire Gomes nega à PF ter autorizado reunião de general Theophilo com Bolsonaro para plano golpista

    Ex-comandante do Exército relatou à Polícia Federal versão diferente da apresentada pelo general Estevam Theophilo

    Jussara SoaresGabriela Pradoda CNN

    Brasília

    Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, contrariou o depoimento do general Estevam Theophilo.

    Theophilo teria dito à PF que foi ao Palácio da Alvorada por determinação do então comandante do Exército para uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 9 de dezembro de 2022.

    Segundo as investigações, esta foi uma das reuniões em que teria sido discutido o plano golpista.

    Freire Gomes, no entanto, negou ciência sobre o encontro e relatou que só soube do encontro entre Theophilo e o ex-presidente via comunicado por mensagem do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid.

    O ex-comandante disse não lembrar se Theophilo relatou o conteúdo da reunião .

    Kids pretos

    De acordo com as investigações, Theophilo integrava o núcleo de oficiais de alta patente que tramavam para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

    Então à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter), o general seria o responsável por acionar militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, para garantir a concretização do golpe.

    O grupo teria a missão de prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “assim que o decreto presidencial [instituindo o golpe] fosse assinado”, segundo investigação da PF.

    Em relatos à CNN, sob a condição de reserva, colegas de Theophilo dizem que se tratou de uma “conspiração subterrânea”, ao estilo dos “kids pretos”, que não era evidente para os integrantes do Alto Comando.

    “Kids pretos” é o nome dado aos militares formados pelo Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, treinados para atuar em missões sigilosas e em ambientes hostis e politicamente sensíveis.

    Outro lado

    A defesa do general Estevam Theophilo nega que o ex-comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter) tenha participado de uma trama golpista com o objetivo de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

    Em nota, a defesa diz que Teophilo “nunca cogitou, nunca participou, nunca colaborou, nunca manifestou, nunca influenciou e nunca concordou com nenhum ato ou atitude golpista”.