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    “Fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando”, diz Carmen Lúcia no STF

    Única mulher na atual composição da Corte fez fala durante sessão especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher

    Ministra Cármen lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF)
    Ministra Cármen lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Eduardo/MF

    Lucas Mendesda CNN

    Brasília

    A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira (7) que o país precisa “pensar sob o prisma da promoção da paz”, diante dos números de violência contra as mulheres e de feminicídios.

    “Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas”, declarou.

    A fala foi feita no começo da sessão plenária da Corte, em referência ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março. Cármen é a única mulher na atual composição do STF, que tem 11 integrantes.

    Conforme a ministra, as mulheres continuam menos valorizadas na profissão e na sociedade, mesmo passados 35 anos da promulgação da Constituição, que declarou expressamente a igualdade entre homens e mulheres.

    “A Justiça é representada por uma mulher”, disse a ministra. “A própria ideia de justiça, de democracia, com a balança, é feminina. E, no entanto, continuamos em desvalor profissional, social, econômico, e é exatamente sob a égide de uma Constituição que, 35 anos depois de seu primeiro momento de vigência, estampar expressamente que homens e mulheres são iguais nos termos dessa Constituição”.

    Cármen Lúcia também mencionou dados sobre violência contra as mulheres no Brasil.

    “Um país que assassina mulheres. Ano passado [foram] aproximadamente 1.700 feminicídios consumados, e 988 feminicídios tentados, dos que são notificados”, afirmou. “Num país em que crianças são também assassinadas, e até mesmo no espaço doméstico, é preciso dizer que esse país precisa muito de que nós todos comecemos a pensar sob o prisma da promoção da paz, e não apenas do combate.

    A sessão da Corte nesta quinta (7) tem processos relacionados a direitos da mulher.

    São analisados um processo que contesta práticas de desqualificação de vítimas de violência sexual, na fase de investigação ou no julgamento do acusado. Tais práticas envolvem, por exemplo, citação sobre a conduta sexual da mulher ou seu modo de vida.