“Foi um erro da minha parte colocar pessoa sob suspeita”, diz Paes sobre Chiquinho Brazão na prefeitura
Suspeito de ser um dos mandatos do assassinato da vereadora Marielle Franco foi secretário especial de Ação Comunitária entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), disse, neste sábado (30), que foi um erro de sua parte colocar Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) como secretário especial de Ação Comunitária, por ser uma pessoa “sob suspeita”.
Brazão assumiu o cargo em outubro de 2023 e foi exonerado em fevereiro de 2024, posteriormente retornando para seu mandato de deputado federal. No último domingo (24), ele foi preso preventivamente pela Polícia Federal como suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em 2018.
“Foi um erro da minha parte na questão da aliança a gente colocar alguma pessoa que tinha sob suspeita. É óbvio, eu posso ter aqui todas as desculpas do mundo, os seis anos todo mundo já tinha sido acusado de tudo”, afirmou Paes.
“Mas errei. O mais importante quando você erra é consertar o erro. Já tinha pedido que ele fosse retirado da secretaria”, prosseguiu.
Paes declarou não desejou fazer pré-julgamento, mas diante das suspeitas, optou por fazer a exoneração antes “quando começaram a surgir os boatos”.
O chefe do Executivo carioca afirma estar aberto para conversar, mas alianças “têm que ter um limite”.
“E quando eu digo que errei, acho que fiz uma avaliação equivocada de que não teria esse risco”, finalizou.
Envolvimento de Brazão
Chiquinho Brazão é suspeito de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
Além de Chiquinho Brazão, foram presos o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa.
Chiquinho também foi expulso do seu partido, o União Brasil.
Segundo investigação da Polícia Federal, a morte da vereadora Marielle Franco foi encomendada pelos irmãos Brazão. O delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime, foi identificado como mentor da execução.
Barbosa também é acusado de obstruir as investigações do assassinato.
Todos negam envolvimento com o crime.