Dino acompanha Moraes e vota para tornar réus os oito denunciados
Ministro citou que "golpe de Estado mata", além de mencionar o filme vencedor do Oscar, Ainda Estou Aqui


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, votou, nesta quarta-feira (26), para tornar réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os outros sete denunciados.
Dino foi o segundo a votar e acompanhou o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.
Veja quem são os denunciados:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha do Brasil;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
- e Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, além de ter sido candidato a vice de Bolsonaro em 2022.
Em discurso, Dino citou que “golpe de Estado mata”, além de mencionar o filme vencedor do Oscar, Ainda Estou Aqui.
Ele também fez referência ao nazismo e o fascismo: “quando oficializaram [Benito] Mussolini e [Adolf] Hitler no poder, falaram que era processo normal, mas se arrependeram quando viram campos de concentração”.
“Golpe de Estado mata”, disse o ministro, que também fez referência ao golpe militar de 1964 durante a análise da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa os oito implicados de, entre outros crimes, tentativa de golpe de Estado.
“Vimos isso agora nas telas do cinema”, acrescentou o ministro, referindo-se ao longa-metragem do diretor Walter Salles, que venceu o Oscar de melhor filme internacional em 2025. O filme conta a história do desaparecimento forçado do ex-deputado Rubens Paiva por agentes da ditadura militar.
O ministro citou ainda que muitos dos participantes do plano de golpe, indicado pela PGR, “eram policiais e membros das Forças Armadas”.
“Muitos dos participantes eram policiais e membros das Forças Armadas, e esses não há dúvida: esses só andam armados. Eu não conheço um que não ande armado, seja da ativa quanto os já reformados. Há alguns que são mais apaixonados pelas suas armas do que pelos seus cônjuges, dormem com as armas debaixo do travesseiro, dormem com as armas na cama, dormem com as armas ao lado da mesa de cabeceira”, afirmou o ministro.