Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Flávio Bolsonaro pede que Witzel explique à Justiça declarações na CPI

    Senador protocolou pedido de esclarecimento na 39ª Vara Criminal do Rio de Janeiro

    O senador Flávio Bolsonaro durante sessão de comissão mista
    O senador Flávio Bolsonaro durante sessão de comissão mista Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado (9.abr.2019)

    Paula Martini, da CNN, no Rio de Janeiro

    O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) acionou a Justiça Criminal contra as declarações do ex-governador Wilson Witzel em depoimento à CPI da Pandemia. A interpelação que pede esclarecimentos em juízo foi protocolada na sexta-feira (25), na 39ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.

    No documento, os advogados de Flávio indicam que Witzel teria cometido crimes de calúnia, difamação e injúria. Para isso, recorrem a dois momentos em que o ex-governador, segundo os defensores, atacou a honra do senador: quando citou a gestão de hospitais federais no Rio e o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco.

    Em relação aos hospitais, os advogados questionam o que Witzel quis dizer ao afirmar que as unidades “têm um dono” e citam que, em reservado, o governador afastado disse aos senadores que o “dono” dos hospitais seria Flávio Bolsonaro. “O que pretendeu dizer o interpelado: que haveria corrupção? Tráfico de influência? Relações espúrias de compadrio?  Em que contexto um Senador da República poderia ser dono ou ter alguma ingerência em hospitais federais em algum ente da federação”, indaga trecho do documento.

    Sobre o assassinato de Marielle, os advogados pedem explicações sobre a declaração em que Witzel disse não ser porteiro para ser intimidado. A frase faz menção ao porteiro do condomínio de Jair Bolsonaro, ouvido na investigação sobre a morte da vereadora, e foi dita quando Renan Calheiros afirmou que Flávio Bolsonaro estava agindo para constranger o ex-governador durante o depoimento.

    Os advogados questionam: “O que quis dizer com esses termos? Que o senador Bolsonaro coagiu aquela humilde testemunha durante a investigação sobre a morte da ex-vereadora?! Que o interpelante coage porteiros? Testemunhas?”

    A peça de sete páginas traz matérias jornalísticas publicadas no dia do depoimento de Witzel e é assinada pelos advogados Luciana Pires, Renata Azevedo, Rodrigo Roca e Juliana Bierrenbach. No texto, eles ainda afirmam que a oitiva de Witzel “além de nada ter esclarecido, serviu apenas para que ele assacasse contra a honra” do filho mais velho do presidente.

    Na quarta-feira (23), a CPI da Pandemia aprovou o requerimento para ouvir novamente o ex-governador do Rio de Janeiro em uma sessão secreta. A expectativa é que Wilson Witzel apresente indícios da influência de Flávio Bolsonaro nas unidades federais. O ex-governador foi procurado pela CNN, mas ainda não se pronunciou sobre a ação.