Fernando Molica: Regular meios de comunicação sempre envolve risco de censura
No quadro Liberdade de Opinião, jornalista repercutiu declaração de Lula sobre regular veículos de imprensa, caso seja eleito em 2022
No quadro Liberdade de Opinião desta sexta-feira (27), o jornalista Fernando Molica falou sobre a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou que vai regulamentar os meios de comunicação se for eleito em 2022.
“Ainda não decidi se sou candidato. Estou conversando com muita gente, ouvindo muito desaforo, leio muito a imprensa e tem setores da imprensa que não querem que eu volte a ser candidato porque se eu voltar, eu vou regular os meios de comunicação nesse país”, disse Lula em entrevista à Rádio Metropole, de Salvador, na Bahia.
Molica analisou: “Essa história sempre envolve um risco: o da censura. Isso é sempre presente. Todo governante reclama dos meios de comunicação. O presidente Lula reclamou, a Dilma e, agora, o Bolsonaro reclama — e Bolsonaro fez mudanças importantes em relação a distribuição de verbas publicitárias”.
“Na época da criação desse projeto, o PT negava que a ideia fosse de controle. Dizia que era para evitar a concentração de veículos do mesmo dono, proibir aluguel de espaço na programação de TVs abertas, mas havia sempre ali a questão de regulação”, continuou o jornalista.
“Regulação é sempre um limite muito delicado em relação a censura. É preciso ficar atento a esse tipo de coisa porque dar margem a isso.”
“Mas, nesse momento, no Brasil, vivemos uma censura. O Judiciário, só nesta semana, deu quatro decisões censurando reportagens, que não faziam propagandas de atos terroristas nem contra o Congresso. O jornal O Globo foi alvo de duas dessas decisões judiciais, que contrariam a Constituição, e a revista Piauí foi alvo também de censura, assim como a rede RBS”, disse Molica.
O Liberdade de Opinião tem a participação de Fernando Molica e Alexandre Garcia. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.