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    Fernando Molica: Ciro Nogueira tenta vender a ideia de um governo de realizações

    No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (28), Fernando Molica analisa a entrevista do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, à âncora da CNN Daniela Lima

    Luana Franzãoda CNN* , Em São Paulo

    No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (31), o jornalista Fernando Molica analisou a entrevista exclusiva do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), à âncora da CNN Daniela Lima.

    Na ocasião, Ciro afirmou que “não tem um Poder que é mais importante que o outro”. “O Legislativo tem sua importância, [assim como] o Executivo e o Judiciário”. O ministro também defendeu que as relações entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e governo federal estão “estáveis”.

    Molica comentou pontos de destaque da entrevista, e disse que “[Nogueira] tenta dar um formato e interpretar o governo”.

    “O ministro coloca a gestão sob uma lente favorável, de um governo de realizações”, afirmou.

    “Ele tenta escapar das cascas de banana que Bolsonaro joga para si mesmo. Toda hora o presidente está jogando uma casca de banana para ele mesmo escorregar (…) Ele tenta dar um formato ao presidente, tenta vender a ideia do governo de realizações, tenta dar uma ajeitada”, completou.

    Molica também destacou uma fala de Ciro no final da entrevista à CNN.

    “Tem uma frase que eu achei espetacular no fim da entrevista, ele diz o seguinte: ‘Eu recebo o presidente todos os dias’ – ou seja, é o ministro da Casa Civil que recebe o presidente. Eu achei que fosse o contrário, o presidente que recebesse o ministro em seu gabinete. É uma frase que acaba definindo bem o poder do centrão nesse governo”, disse o jornalista.

    Ausência de Bolsonaro em depoimento

    Ainda em sua primeira participação no quadro, Molica também falou sobre a ausência do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao depoimento ordenado pelo juiz do STF Alexandre de Moraes em inquérito que apura o vazamento de documentos sigilosos.

    “Tensão entre os Poderes preocupa o país, não é uma situação boa”, afirmou. “O presidente da República tem uma resistência em ser contrariado, mas para ele não é uma questão só pessoal, é institucional. O Supremo toma decisões que desagradam o presidente.”

    Molica destacou que Bolsonaro já acatou no passado, ordens para prestar depoimento em investigações, como no caso da acusação do ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) de que o presidente teria interferido em decisões sobre a Polícia Federal (PF).

    “O mundo não acabou, a República não tremeu, tudo aconteceu direitinho”, disse.

    No caso da investigação sobre o vazamento de dados, Bolsonaro havia concordado em prestar o depoimento, mas pediu um adiamento de 60 dias no prazo, devido às festas de fim de ano. Conforme o período foi chegando perto de seu fim e o presidente não manifestou o local e data de sua preferência, Moraes marcou o depoimento, ao qual o líder não compareceu.

    “Houve uma clara desobediência à ordem judicial e fica esse impasse. Impasse que não é bom, porque vai começar a criar um precedente. Então, se o presidente descumpriu uma ordem judicial, eu também posso descumprir, por que não?”, questionou Molica.

    Vazamento de inquérito do TSE

    Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal afirmou ter reunido indícios que apontam para a atuação “direta, voluntária e consciente” do presidente Jair Bolsonaro (PL) no vazamento de inquérito sigiloso sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No fim de semana, questionado sobre não ter comparecido ao depoimento marcado para sexta-feira (28), Bolsonaro tentou se esquivar, mas acabou dizendo que está “tudo em paz”.

    Aliança de Moro com Republicanos

    Em tentativa de tirar eleitores de Bolsonaro, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, busca uma aliança com o Republicanos para conquistar o eleitorado mais conservador e de classes mais baixas. A presidente do Podemos, a deputada federal Renata Abreu, e o presidente do Republicanos, o parlamentar Marcos Pereira, se reuniram para liberação de um consultor especializado na tentativa de montar uma estratégia.

    Arquivamento do caso do tríplex

    A juíza Pollyana Kelly Martins Alves, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, determinou o arquivamento do processo sobre o tríplex do Guarujá, no litoral de São Paulo, que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão da magistrada atende pedido da Procuradoria da República no DF, que solicitou o arquivamento por prescrição dos crimes que supostamente foram cometidos por Lula e outros envolvidos nos autos.

    O Liberdade de Opinião teve a participação de Boris Casoy e Fernando Molica. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.

    As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.

    *Sob supervisão de Murillo Ferrari

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