Fernando Molica: Ciro Nogueira não ganhou, e sim pegou carta branca de Bolsonaro
No quadro Liberdade de Opinião, jornalista analisou posição do governo federal com oficialização do Centrão no Palácio do Planalto
No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (28), Fernando Molica analisou a confirmação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) como ministro-chefe da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com interlocutores que conversaram com o jornalismo da CNN, Bolsonaro deu carta branca a Ciro Nogueira para ele montar sua equipe e, principalmente, para liderar as articulações políticas com o Congresso e com o Judiciário.
“Se fosse uma prova, eu apostaria nesses dois quesitos: sim, haverá melhoria na articulação política; Ciro Nogueira é experiente, conhece o Congresso Nacional, sabe negociar e quais são os interesses de deputados e senadores; e sim, o governo também fica mais na mão do Centrão”, afirmou Molica.
“Em matéria de carta branca, me lembra a Regina Duarte, que também disse que tinha recebido carta branca de Bolsonaro, mas era cheia de asteriscos. Agora, a situação é diferente. A Regina Duarte tinha uma posição frágil, não era uma área fundamental para o governo e ela não tinha uma articulação política por trás, ela representava ela mesma.”
“Já o Ciro Nogueira não. Ele é fundamental no governo. Dá até para dizer que não é Jair Bolsonaro que deu carta branca pro Ciro Nogueira, ele que pegou essa carta branca. Neste momento, o presidente Jair Bolsonaro precisa mais do Ciro Nogueira e do Centrão do que o contrário.”
“Bolsonaro precisa do Centrão para aprovar seus projetos, para poder barrar o prosseguimento dos pedidos de impeachment protocolados na Câmara dos Deputados, enfim, tudo isso leva à uma situação muito delicada para Bolsonaro, que ainda tem a CPI da Pandemia, o grande foco de preocupação do governo”, avaliou o jornalista.
O Liberdade de Opinião tem a participação de Fernando Molica e Alexandre Garcia. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.
(Publicado por: André Rigue)