Fernando Molica: Ciro Gomes faz jogada pensada e arriscada para ser 3ª via
No Liberdade de Opinião, jornalista analisou troca de farpas entre pedetista e políticos do PT nos últimos dias
No quadro Liberdade de Opinião desta sexta-feira (15), o jornalista Fernando Molica repercutiu a troca de farpas entre dois dos presidenciáveis para 2022, o ex-presidente Lula (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). A tensão começou após o pedetista dar uma declaração dizendo que Lula teria conspirado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Na avaliação de Molica, as críticas mútuas representam uma briga por espaço político. “O Ciro Gomes não se conforma com o fato de, em 2018, depois da prisão do Lula, o PT não ter apoiado a candidatura dele. Já o PT e boa parte da esquerda, não se conforme com o fato de que, no segundo turno, entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, Ciro Gomes ter ido para Paris e não ter feito uma campanha efetiva pró-Haddad”, disse o jornalista.
“As pesquisas indicam que o Lula é favorito para ganhar a eleição. Se fosse hoje, ele garantia seu lugar no segundo turno. Então Ciro Gomes, aparentemente, já está desistindo de pegar o lugar de Lula e quer o lugar de Jair Bolsonaro. Ele quer ser a tal terceira via, quer se caracterizar o anti-Lula”, continuou.
O jornalista destacou que Marina Silva já fez um movimento parecido com o de Gomes e, para ela, a estratégia não funcionou nem com a esquerda nem com a direita.
“Essa jogada do Ciro Gomes, que, claro, é pensada, nada disso é feito de improviso, é uma jogada arriscada. Pode dar certo, mas ele pode cair na mesma situação delicada em que caiu Marina Silva.”
“Ciro tem o estilo dele, de falar muito e ser enfático, às vezes até violento nas palavras. Isso é uma característica pessoal, mas, há menos de um ano da eleição, isso é pensado sobre como conseguir lugar no segundo turno”, concluiu.
O Liberdade de Opinião teve a participação de Fernando Molica e Thaméa Danelon. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.