Feder manda indiretas, mas não quer atrito com Bolsonaro
Embora tenha ficado irritado com a forma com que Bolsonaro o tratou nos últimos dias, no que aliados do secretário classificaram como “humilhação”
O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, adotou tom diplomático ao anunciar neste domingo (5) que declina do convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Educação.
Embora tenha ficado irritado com a forma com que Bolsonaro o tratou nos últimos dias, no que aliados do secretário classificaram como “humilhação”, Feder não pretende atacar o presidente.
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No entorno do secretário, a avaliação é de que entrar em rota de colisão com o chefe do Palácio do Planalto pode prejudicar a relação do governo paranaense com o Executivo federal, que é boa atualmente.
Apesar do tom diplomático, aliados de Feder ressaltam que a postagem dele tem alguns recados. Um deles foi ter publicizado que chegou a receber um convite de Bolsonaro na quinta-feira (2).
Até então, o Palácio do Planalto não chegou a divulgar essa informação. Bolsonaro só vinha tratando do assunto nos bastidores, onde revelou a aliados, nesse sábado (4), que o nome de Feder estava “descartado”.
Outra indireta do secretário foi ter anunciado a recusa do convite pelas redes sociais, mesma plataforma por onde o presidente da República costuma fazer seus anúncios de nomeações e exonerações.
No Planalto, por sua vez, a avaliação de auxiliares presidenciais foi de que o secretário de Educação do Paraná fez a postagem para tentar emplacar a narrativa de que ele que não quis assumir o posto.
Humilhação
Ainda nesse sábado, a coluna noticiou que aliados de Feder avaliaram que a forma como o presidente vinha tratando o secretário era “estarrecedora” e significava uma “desonra”, uma “humilhação”.
Aliados de Feder reagiram mal à notícia de que o nome dele teria sido, mais uma vez, descartado por Bolsonaro. À CNN, avaliaram que a atitude do presidente, se confirmada, será uma “desonra” e “humilhação”.
No Planalto, a informação é de que pesou contra Feder o dossiê entregue por assessores presidenciais a Bolsonaro na tarde desta sexta-feira (3), como a CNN noticiou com exclusividade.