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    Fala de Guedes sobre ‘crime contra o país’ deve ser contextualizada, diz Bezerra

    Líder do governo no Senado disse que ministro da Economia não teve intenção de ofender colegas após votação que derrubou veto presidencial

    Chico Prado , Da CNN, em Brasília

     
    O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), tomou à frente para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, convidado a se explicar depois de dizer que senadores cometeram “um crime contra o país”, aceite o convite e evite uma convocação, o que tornaria a ida obrigatória, criando um clima mais tenso, de julgamento.

    A reação de Guedes foi uma resposta à derrubada no Senado do veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que congelou, até o fim de 2021, os salários de servidores da saúde, educação e segurança, trabalhadores da linha de frente no combate à pandemia do novo coronavirus. 

    As categorias seriam exceções dentro das contrapartidas impostas pelo pacote de socorro a estados e municípios, mas a Câmara dos Deputados reverteu o resultado e manteve o veto nesta quinta-feira. Bezerra disse à CNN que a fala de Guedes precisa ser recebida dentro do contexto da responsabilidade que o ministro tem com o controle das contas públicas.

    “A fala do ministro tem que ser contextualizada dentro da responsabilidade que lhe é confiada como ministro da Economia, de não tolerar nem permitir qualquer transgressão à Lei de Responsabilidade Fiscal e ao teto de gastos público”, disse.

    O líder do governo no Senado afirmou que confia no trabalho de convencimento dos colegas de plenário, de que o ministro da Economia não teve a intenção de ofender os parlamentares ou atingir a instituição.

    “Estamos trabalhando para rapidamente superar esse episódio. Já tive a oportunidade de afirmar, após falar com o ministro, que ele não teve nenhuma intenção de lançar qualquer ofensa contra qualquer senador, muito menos atingir a instituição do Senado Federal.”

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    O convite para que Paulo Guedes se explique foi feito pelo próprio presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e pode ser votado na semana que vem.

    O desgaste, na avaliação de outros senadores ouvidos pela CNN, poderia ter sido evitado justamente porque ainda haveria a votação do veto na Câmara, que acabou alterando a decisão do Senado na noite anterior.

    O trecho de um vídeo que circula entre os senadores, de quando o ministro da Economia participou de uma audiência no Congresso, mostra Guedes defendendo que servidores públicos da linha de frente no combate à pandemia poderiam ser poupados do congelamento de salários.

    “É claro que, durante toda essa pandemia, médicos, policiais militares, enfermeiros, todo mundo que estiver na linha de frente de combate, deve ser uma exceção a qualquer, digamos assim, impedimento de aumento de salário”, afirmou o ministro em abril.

    O entendimento geral entre os senadores é de que a maioria da Casa foi coerente com o que foi negociado na época com o próprio ministro.

    Outra crítica feita desde a noite de quarta-feira é sobre o cálculo de que o reajuste aos servidores poderia causar um impacto de até R$ 130 bilhões no cofre do governo nos próximos 18 meses. Muitos senadores consideram a cifra um número solto, um cálculo mal explicado pela equipe econômica.

    Outro convite para que Paulo Guedes se explique partiu do senador Esperidião Amin (Progressistas-SC).

     

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