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    Fala de Bolsonaro sobre HIV e vacina é ‘absurda’, diz Barroso, que julgará caso

    Ministro do STF, que será o relator de uma ação contra presidente pelas declarações, defende 'enfrentamento' e 'algum tipo de controle' da desinformação

    Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
    Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Fernando Frazão/Agência Brasil

    Murillo FerrariMarcos Brazda CNN Em São Paulo e em Brasília

    O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou nesta terça-feira (26) a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) associando a vacina contra a Covid-19 com o desenvolvimento do vírus da Aids.

    “Nós precisamos enfrentar a desinformação, sobretudo quando ela oferece risco para a democracia ou para a saúde, como exemplo ocorrido de ontem para hoje no Brasil. Diz respeito à supressão da live, da manifestação de autoridade pública, que dizia que a vacinação oferecia o risco de contaminação pela Aids”, disse Barroso na abertura do II Seminário Internacional Desinformação e Eleições, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    “Um absurdo. Sem nenhuma confirmação científica e que desincentivaria as pessoas a se vacinarem no mundo em que todas as autoridades médicas defendem a importância da vacinação”, continuou o ministro, que preside o TSE.

    “Portanto, há desinformações que comprometem a democracia e há desinformações que comprometem a saúde pública. Portanto, é preciso ter algum tipo de controle de comportamento, de conteúdo ilícito e da desinformação que ofereça perigo a valores caros da sociedade como a saúde pública ou a própria democracia.”

    Na segunda-feira (25), Barroso foi sorteado relator da ação contra o presidente pelas falas e encaminhou a acusação para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

    A ação, apresentada por deputados do Psol e PDT, pede que o presidente seja investigado pelas informações falsas divulgadas na sua live semanal na última quinta-feira (21).

    Redes sociais excluem vídeo

    Na noite de domingo (24), Facebook e o Instagram retiraram o vídeo com as falas de Bolsonaro das redes sociais.

    Segundo o Facebook, as políticas das redes sociais não permitem alegações de que as vacinas contra o coronavírus matam ou podem causar danos graves às pessoas.

    Na noite de segunda (25) foi a vez do YouTube fazer o mesmo. “Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a Covid-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas”, informou a plataforma.