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    Fábio Faria e o desafio de não favorecer o sogro Silvio Santos

    Posse do novo ministro das Comunicações deve abrir um novo conflito de interesses no governo federal

    Igor Gadelhada CNN

    Fábio Faria
    Ministro das Comunicações, Fábio Faria
    Foto: Reprodução/ Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados

    Posse do novo ministro das Comunicações deve abrir um novo conflito de interesses no governo federal.

    O motivo é que, na nova configuração da pasta, a Secretaria de Comunicação ficará sob seu comando. Chefiada por Fabio Wajngarten, é ela que define a destinação das verbas de publicidade do governo. O novo ministro, porém, é genro de Silvio Santos, dono do SBT, uma das maiores emissoras de televisão do país. 

    Casado com a apresentadora Patricia Abravanel, filha número 4 de Silvio Santos, Faria fala em Brasília em nome da emissora do sogro. Ele chegou, até mesmo, a levar os irmãos Eduardo e Flávio Bolsonaro para participar do programa de perguntas e respostas de Silvio Santos.

    O SBT é tido como um dos veículos do pelotão de frente de Bolsonaro, ao lado da Record e da RedeTV — as emissoras formam a Simba Content, uma join venture de conteúdo.

    Até a posse de Faria, a Secom estava subordinada à Secretaria de Governo do general Luiz Eduardo Ramos. Nesse desenho, a Secom já privilegiava o SBT e a Record na distribuição de verbas de publicidade. Foi o que apontou um relatório do Tribunal de Contas da União em novembro. 

    A Corte de contas pegou dados de valores pagos para as duas emissoras via agências de publicidade e comparou com os valores pagos a Rede Globo, o maior grupo de comunicação do país. Os dados apontam crescimento no montante destinado a Record e SBT.

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    Em 2017, primeiro ano completo do governo Michel Temer, a Globo ficou com 48,5% dos recursos. No ano seguinte, com 39,1%. E no primeiro semestre de 2019, com 16,3%. Se caiu para ela, cresceu para Record e SBT. A Record ficou com 26,6% dos valores em 2017, 31,1% em 2018 e 42,6% em 2019. Já o SBT passou de 24,8% (2017), para 29,6% (2018) e 41% (2019).

    No controle absoluto dessas verbas, a chance de Fábio Faria potencializar essa distribuição para a empresa de seu sogro é muito grande. O que faz necessário que os órgão de controle estejam atentos ao conflito de interesses que sua posse no cargo deve deflagrar.

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