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    Ex-número dois do GSI diz que G. Dias não compartilhou alertas da Abin sobre invasões do 8/1

    General Assumpção declarou na CPI do DF que se o GSI tivesse as informações da Abin, “o Planalto não teria sido invadido”

    Gonçalves Dias durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro
    Gonçalves Dias durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro Geraldo Magela/Agência Senado

    Elijonas Maiada CNN

    em Brasília

    O ex-secretário executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Carlos José Russo Assumpção Penteado declarou nesta segunda-feira (4) que o ex-ministro Gonçalves Dias não repassou para a equipe os alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre os ataques do 8 de janeiro que se aproximavam.

    Segundo ele, caso as informações da Abin tivessem chegado às mãos de outros setores do GSI, ‘o Palácio do Planalto não teria sido invadido’. O ex-número dois foi ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

    “Se os alertas tivessem chegado, seria efetivo o Plano Escudo”, disse. “Não recebi nenhum relatório, mensagem de WhatsApp ou recado de ataques. Só tomei conhecimento [dos alertas] pela imprensa após os fatos”, emendou.

    O militar disse aos parlamentares que “se a Coordenação de Análise de Risco tivesse tido acesso aos alertas encaminhados pela Abin ao G. Dias, as ações teriam impedido a invasão ao Palácio do Planalto. Os alertas da Abin não chegaram ao GSI, tampouco ao secretário de segurança presidencial”, reforçou.

    Penteado ocupava o cargo de secretário-executivo na gestão de Augusto Heleno e se manteve no posto após a transição, trabalhando também com o general Gonçalves Dias, a convite dele. Ele acabou sendo exonerado após os ataques de janeiro.

    Na semana passada, G. Dias prestou depoimento na CPMI do Congresso Nacional. No depoimento, disse que os relatórios da Abin eram compartilhados em um grupo de mensagens no WhatsApp do qual não fazia parte, “constituído de órgãos públicos”.

    “Como eu não integrava aqueles grupos e não constava o nome de pessoas no relatório, apenas de órgãos, determinei que as informações fossem padronizadas”, explicou.

    O ex-diretor da Abin Saulo Moura disse na mesma CPMI que enviou os alertas de forma particular ao então ministro do GSI.

    A CNN entrou em contato com a defesa de Gonçalves Dias e aguarda retorno.

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