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    Ex-ministro do Turismo pede suspeição de Renan na relatoria da CPI da Covid

    Para Marcelo Álvaro Antonio, o fato do senador Renan Calheiros ser pai do governador do Alagoas coloca o senador sob suspeição.

    Gregory Prudenciano, da CNN, em São Paulo, e Rudá Moreira, da CNN, em Brasília

    O ex-ministro do Turismo e atual deputado federal, Marcelo Álvaro Antonio (PSL-MG), protocolou na Procuradoria-Geral da República (PGR) a mudança do provável relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), baseando-se no princípio da suspeição, por Renan ser pai de um governador, objeto de investigação.

    O senador Renan Calheiros é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). A CPI da Covid-19 deve ser instalada no Senado Federal entre quinta-feira (22) e terça-feira (27) que vêm. 

    Além de Renan Calheiros, o senador Jader Barbalho (MDB-PA) também é pai do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Jader Barbalho foi listado como suplente na CPI, no bloco que reúne os partidos MDB, Progressistas e Republicanos.

    “Cumpre salientar a necessidade de observar a natureza jurídica da CPI de hibridez e de controle desta, portanto, necessário é que o senador Renan Calheiros de se declarar suspeito, haja vista a natureza jurídica das CPIs de controle jurídico e político que possui, para que não haja um desvirtuamento destas e que não haja prejuízo para a população brasileira”, escreveu o deputado no documento encaminhado à PGR. 

    Visto como crítico do governo Bolsonaro, Renan Calheiros participa de um acordo entre integrantes da CPI para que seja escolhido como relator da investigação. O mesmo acordo estabelece que o senador Omar Aziz (PSD-AM) seja o presidente, e que Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ocupe a vice-presidência. 

    O senador Renan Calheiros (MDB-AL)
    O senador Renan Calheiros (MDB-AL) – 18.set.2019
    Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

    CPI da Covid-19

    Inicialmente, a proposta da CPI da Covid-19 feita pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) era para investigar somente o enfrentamento da pandemia por parte do governo federal. Embora a proposta tenha conseguido reunir número superior às 27 assinaturas necessárias para ser levada adiante, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se recusou a fazê-lo. 

    Diante da recusa, os senadores Jorge Kajuru (Podemos-GO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em decisão monocrática posteriomente confirmada pelo plenário do Supremo, o ministro Luís Roberto Barroso determinou a instalação da CPI. 

    Senadores mais alinhados com o governo Bolsonaro se movimentaram, então, para ampliar o escopo da investigação, de forma que o governo federal não fosse o único foco da comissão. Assim, a administração por estados e municípios do dinheiro destinado pela União ao enfrentamento da pandemia também acabou incorporada à investigação.