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    Esquerda brasileira se divide sobre Maduro em meio à ofensiva na Guiana

    Legendas estão em silêncio ou são críticas aos movimentos na região, com exceção do PCdoB

    Pedro Venceslauda CNN , em São Paulo

    A ofensiva do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para criar o Estado da Guiana Essequiba no território da Guiana pode esfriar a relação histórica de apoio e solidariedade de partidos de esquerda brasileiros com o regime do país vizinho.

    As legendas deste campo, que sempre estiveram ao lado do chavismo e chamaram de “democráticas” as eleições venezuelanas de 2020 (apesar das acusações de fraude e do boicote da oposição), agora estão em silêncio ou são críticas aos movimentos na Guiana, com exceção do PCdoB.

    A secretaria de Relações Internacionais da legenda, Ana Prestes, defende que quem rompeu “unilateralmente” o acordo sobre a região foi a Guiana em 1966 “com incentivo e apoio dos Estados Unidos e da Exxon, depois da descoberta de uma reserva projetada de 11 bilhões de barris de petróleo”.

     

    Prestes publicou um artigo no site do partido que reflete a posição do PCdoB.

    “O central para mim é informar as pessoas que há uma origem nessa controvérsia, com o laudo arbitral de 1899, que posteriormente foi revelado como fraudulento e bem típico dos grandes impérios. Desde 1960 os venezuelanos argumentam isso na ONU e foi o que gerou o acordo de 1966 que a Guiana independente reconheceu e aderiu”, disse Ana Prestes, que faz parte do Comitê Central do PCdoB.

    Procurado, o PT não se manifestou oficialmente, mas dirigentes criticam a estratégia de Maduro.

    “Somos contra a guerra, que pode levar a uma intervenção norte-americana. Os direitos históricos da Venezuela na região devem ser negociados”, afirmou Markus Sokol, que integra a executiva nacional petista e lidera a corrente “O Trabalho”.

    O dirigente está em Barcelona participando do Congresso Mundial da Internacional Socialista, onde o tema da Venezuela será discutido na Comissão sobre América Latina.

    Procurado, o Psol enviou uma nota lacônica: “O Psol espera que o Brasil atue no esforço por uma solução diplomática para essa questão”.

    Em caráter reservado, porém, quadros da legenda ouvidos pela CNN classificam como uma “loucura” a estratégia de Maduro.

    Sem representantes do Congresso, o pequeno PCO foi o único a sair abertamente em defesa da ação de Maduro na região.

    “A imprensa capitalista tem acusado Maduro de realizar uma “manobra ufanista” — isto é, de trazer à tona a questão do Essequibo apenas para esconder uma crise de popularidade. Trata-se, obviamente, de uma calúnia, que já é parte da campanha de guerra do imperialismo contra a Venezuela”, disse o partido em seu site.

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