Esperamos repetir resultado de hoje outras vezes, diz líder do governo na Câmara
Ele diz que não espera ver o apoio se repetindo de maneira integral, mas se disse satisfeito com o poder de convencimento que a bancada governista conseguiu
Após votação no Senado, que derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a Câmara dos Deputados reverteu o resultado e manteve o veto defendido pelo Palácio do Planalto.
Por 316 votos a 165, a Casa segue a decisão do governo de congelar os salários do funcionalismo federal, estadual e municipal até o fim de 2021. O resultado impede que profissionais de segurança pública, saúde e educação – que tenham atuado no combate à pandemia – recebam reajustes.
Para o líder do governo na casa, o deputado Federal Ricardo Barros (PP-PR), a vitória foi necessária. Ele disse esperar repetir o resultado em outras votações chave.
“Iniciamos diálogo com os líderes da casa para convencer da importância da matéria e a necessidade de manter rigor das contas públicas e o equilíbrio fiscal. Foi um convencimento do interesse do país,” disse Barros.
Leia também
‘Sacrifício’ do servidor público é justo, diz líder do governo na Câmara
Governo vai punir senadores “traidores” e busca oposição para reverter derrota
Alcolumbre adia análise da PEC do Fundeb
“Esperamos repetir esse desempenho na reforma tributária, administrativa, lei do gás e nas outras matérias que ou impactam o orçamento ou ajudam o desenvolvimento do país. Nosso objetivo é diminuir o custo Brasil.”
Ele diz não esperar ver o apoio se repetindo de maneira integral, mas se mostrou satisfeito com o poder de convencimento que a bancada governista conseguiu nesta votação. “O diálogo prevaleceu aqui conosco.”
Quando questionado sobre a votação no Senado, Barros preferiu não se alongar a respeito do assunto e disse que o episódio já foi superado. “Não quero interferir nem julgar o que aconteceu no senado porque não é útil para ninguém. Questão foi aprovada e superada.”
Vice-líder do governo no Senado votou por reajuste
Um dos senadores que contrariou a orientação do Planalto e votou pela liberação de reajustes para o funcionalismo, Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-líder do governo no Senado, explicou à CNN nesta quinta-feira (20) sobre o seu voto, afirmando que “não dá para congelar de forma geral, sendo que cada estado e município tem uma realidade”.
Segundo o parlamentar, o que movimenta a economia do Distrito Federal, por exemplo, é o servidor público.
“Nós não votamos pelo aumento. Na prática, o projeto não obriga o aumento, ele apenas permite os aumentos. Agora, fica sob responsabilidade de cada estado”, afirmou, justificando que a realidade do país em cada região é muito diferente.
“Há estados que, durante esse período recente, deram reajuste para várias categorias. Tem outros que há 10 anos não dão reajuste. Mas não quer dizer que tem que dar. Então, não existe impacto se não houver aumento”.
O senador destaca que o que está em discussão são pessoas que estão à frente no combate à pandemia. Pessoa que, afirma, “estão dando a vida por nós”. “Não podemos penalizar e congelar uma carreira”, justificou.
O parlamentar disse ainda que, antes da votação, conversou com o presidente Bolsonaro e informou que votaria pela derrubada do veto.
Sobre se continuará na vice-liderança do governo, Lucas disse que é um cargo “estritamente” de Bolsonaro. “Não ia votar escondido. Eu quero ajudar o Brasil”.
(Edição: Sinara Peixoto)