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    É raso culpar o Congresso, diz líder da bancada do agro sobre Plano Safra

    Linhas de crédito subsidiado para o agro foram suspensas sob justificativa de não aprovação do Orçamento de 2025

    Henrique Sales Barrosda CNN* , São Paulo

    Em entrevista à CNN, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), disse que é raso apontar o Congresso como principal culpado pela suspensão do Plano Safra.

    “É muito raso a fala de que o Congresso Nacional não votou o Orçamento e o problema é esse”, disse Lupion.

    Para Lupion, “inexiste qualquer capacidade de articulação política” com o Congresso por parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que explica a não aprovação do Orçamento de 2025.

    Na quinta-feira (20), o Tesouro Nacional suspendeu as linhas de crédito do Plano Safra 2024/2025, sob a justificativa de que o Congresso ainda não aprovou o Orçamento deste ano, além de problemas com as recentes altas na taxa Selic.

    Anúncio de Haddad

    Em meio a críticas do setor, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, nesta sexta-feira (21), um crédito extraordinário de R$ 4 bilhões para resolver a questão, por meio de medida provisória (MP).

    A entrevista de Pedro Lupion à CNN foi concedida horas antes da fala de Haddad. No anúncio, o ministro renovou as críticas ao Congresso pela não aprovação do Orçamento.

    “Lamentavelmente, o Congresso ainda não apreciou o Orçamento. A informação que tenho é que sequer o relatório foi apreciado ainda, ou será apreciado no curto prazo”, afirmou Haddad.

    “O presidente da República disse que, em virtude do ritmo que as coisas estão, não podemos aguardar o Orçamento ser aprovado”, acrescentou.

    Após as críticas de Haddad, o relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano, senador Angelo Coronel (PSD-BA), afirmou à CNN que Haddad sabe “muito bem onde está o problema” do impasse no Congresso.

    Para integrantes do Congresso Nacional, são três as discussões que travam o avanço da proposta: as emendas — ainda sem acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) –, o programa Pé-de-Meia e o Vale-Gás, que ainda não estão no Orçamento.

    A expectativa é de que o Orçamento seja apreciado no Congresso após o feriado de Carnaval, em março.

    “A população é quem paga a conta, principalmente os produtores rurais, por causa de uma falta de articulação política total”, afirmou Pedro Lupion. “Há um problema sério macroeconômico e político”, acrescentou.

    *Com informações de Gabriela Prado, da CNN, em Brasília

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